Percentual de famílias endividadas é o maior da série histórica e inadimplência aumenta em março – O percentual de famílias com dívidas aumentou em março de 2020 ante fevereiro, e na comparação com março do ano passado, alcançando a maior proporção da série histórica. Houve alta no percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso em ambas as bases de comparação. Além disso, o percentual de famílias que relatou não ter condições de pagar suas contas em atraso também aumentou nas comparações mensal e anual. Com a crise do novo vírus e as incertezas sobre a economia, a injeção de liquidez que será promovida vai de encontro com endividamento já elevado das famílias. Nesse sentido, dada a proporção alta de famílias com dívidas, mostra-se muito importante viabilizar prazos mais longos para os pagamentos, ou alongamentos dessas dívidas, e mitigar o risco de crédito. Além disso, nesse contexto negativo, os consumidores tenderão a encontrar maiores dificuldades para quitar suas contas em dias, o que deve impactar no acirramento dos indicadores de inadimplência nos meses à frente.
Economia brasileira em 2019 – Em 2019 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terminou o ano com crescimento de +1,1%, pouco abaixo dos resultados de +1,3% registrados em 2018 e 2017. Ao analisar pela ótica das despesas, assim como no ano anterior, as contas nacionais apoiaram-se principalmente no Consumo das Famílias, com avanço de 1,8%, e na Formação Bruta de Capital Fixo, +2,2%. Apesar das taxas positivas para esses itens, não foram suficientes para anular as quedas acumuladas desde 2015. Em 2019 os resultados foram mais fracos do que o esperado no início do ano, influenciados pela desaceleração mundial e incerteza econômica. Com isso, a economia ainda se encontra em patamar inferior ao período pré-crise. Contudo, os avanços conseguidos nesse ano, como a taxa de juros baixa, inflação sob controle e Reforma da Previdência, por exemplo, devem garantir resultados melhores para 2020.
Recuperação Frustrada em 2020 – A crise que vem assolando o planeta com a disseminação do Covid-19 e as medidas que os países vêm tomando para combater a transmissão (junto com os efeitos derivados) produzem – e irão produzir mais à medida em que mais pessoas acusarem contaminação e os óbitos aumentarem – um baque na economia brasileira. O isolamento social em prática fomenta a retração da procura, que em adição à obrigatoriedade do fechamento de empresas e estabelecimentos propicia severo choque de oferta, tendo como resultante o equilíbrio do produto ofertado com o demandado num nível bem abaixo do ponto de equilíbrio anterior à crise, momento agora marcado pelo (maior) controle e austeridade dos gastos de consumo e investimento por parte dos agentes econômicos. Sem dúvidas, pelos acontecimentos, o trauma será bem mais acentuado do que o verificado em maio de 2018 com a greve dos caminhoneiros que também paralisou o país, arrastando o resultado do PIB no final daquele exercício. Em 2018 esperava-se crescimento de até 2,7%. E o resultado de 1,3%. Desta vez, as adversidades são outras, e varrem o planeta. Pela natureza, são mais profundas. Determinarão implicações imprevisíveis, tanto para o Brasil quanto para os países atingidos.
BNDES financiará projeto na produção de lítio no Brasil – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá financiar parte de um projeto da AMG Mineração que aumenta em 10 vezes a produção de concentrado de lítio no Brasil, insumo utilizado nas baterias de veículos elétricos e cada vez mais utilizado no mundo. O BNDES estuda financiar 18% dos R$ 221 milhões do projeto total da AMG Mineração. Além de aumentar a produção de um dos minerais mais demandados globalmente, principalmente pela China, a fábrica de beneficiamento da AMG, localizada no município de Nazareno, Minas Gerais, tem impacto ambiental por aproveitar rejeitos existentes de duas antigas barragens construídas a montante – método que passou a ser proibido pela Agência Nacional de Minas desde fevereiro de 2019, após os acidentes em Brumadinho e Mariana (MG) – além de novos rejeitos gerados pela produção de tântalo. A nova fábrica tem capacidade de produção de 90 mil toneladas de concentrado de lítio, material de alta pureza aplicando em dispositivos de armazenagem de energia e que vem se destacando em relação a outros elementos quanto à durabilidade, ao peso e a seu custo relativo. “O conteúdo das baterias de íons de lítio é menos tóxico do que o de outras baterias, o que facilita a reciclagem. Porém, o lítio é um elemento altamente reativo. A alta demanda vai ter de vir acompanhada por políticas de reciclagem que vão desde os componentes das baterias até o grande consumo de água que requer a produção de lítio”, explica Roberto Torresi, Professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. A expectativa é que o mercado de lítio tenha crescimento de 14% ao ano até 2025.