Novo normal, novo turismo

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*Ricardo Rodrigues Gonçalves, presidente do Sindtur-GO e do Cetur-GO

O turismo é o setor da economia mais profundamente impactado pela Covid-19, não apenas em função dos prejuízos impostos pela doença, mas também pelas mudanças de comportamento que emergem do pós- pandemia. A extensão das perdas ainda está sendo mensurada, mas a retomada gradual das atividades neste ano de 2021 já nos permite antever e planejar as adaptações do segmento às novas realidades em suas diversas abrangências.
A vacinação insere o turismo em uma fase de transição em que a comprovação da imunização ou, pelo menos, o teste negativo para Covid-19 será obrigatório para ingresso e circulação em cidades e países. Nessa perspectiva, é urgente a definição da legislação, local e nacional, que demarcará, com base em critérios de reciprocidade, a forma como aplicaremos essas exigências – e os empresários do segmento podem e devem provocar esse debate.
A sensação de segurança sanitária é a primeira demanda que emerge da pandemia, pelo menos até que a vacinação seja universalizada e que não estejamos mais vulneráveis aos ameaçadores repiques de infecção provocados por novas variantes do vírus. Este momento de incerteza se converte, portanto, na oportunidade para reconquistarmos nossos visitantes, demonstrando a eles que estamos preparados e adaptados a essa nova realidade da mobilidade e da hospitalidade.
Neste cenário, a tecnologia se impõe como facilitadora dos procedimentos de mobilidade, como garantidora da sensação de segurança sanitária e associada a conceitos como privacidade e exclusividade – que não remetem necessariamente a noções de luxo, mas de atendimento personalizado. O Brasil e Goiás têm muito a ganhar no atendimento a essas demandas, porque elas confluem para a ampliação do turismo de proximidade e do turismo peregrino.
Essa é a aposta de empreendedores e pesquisadores do setor ao redor do mundo: os destinos curtos, regionais e nacionais, ganharão impulso nos primeiros anos do pós-pandemia, e, no curtíssimo prazo, no caso do Brasil, impulsionado pela depreciação da renda e do real e pela quantidade e variedade de destinos e preços.
Os resultados da pesquisa mensal realizada pela Goiás Turismo, a agência estadual do setor, mostra que o turismo goiano está bem posicionado na retomada, com crescimento nas receitas.
O competentíssimo Observatório do Turismo, da Goiás Turismo, aponta, entre as tendências do segmento, a necessidade de as empresas diversificarem as formas de contato com seus clientes e a flexibilidade na marcação e remarcação de viagens, como resultado da imprevisibilidade quanto ao comportamento da pandemia. Setor privado e poder público precisam, por fim, atuar em conjunto para divulgar os destinos locais e nacionais na trilha dessas mudanças de hábitos e comportamentos.
Reconhecendo as limitações e oportunidades criadas pela pandemia é que vamos definir o novo turismo de Goiás e do Brasil no chamado novo normal.

 

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