Reunião destaca atuação do Senac-DN, parcerias estratégicas com a Huawei e acompanhamento de projetos legislativos sobre inteligência artificial e plataformas digitais
A Câmara Brasileira de Tecnologia da Informação e Inovação (CBTIN) realizou, em 4 de dezembro, a última reunião de 2024 na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro. O encontro reuniu líderes e especialistas de diferentes áreas para debater estratégias de qualificação profissional, inovação e acompanhamento de legislações que impactam o setor.
Andrea Marins, gerente das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços da CNC, destacou a importância da reunião para alinhar os trabalhos realizados ao longo do ano e planejar ações futuras. “Este momento é essencial para tratarmos de proposições ainda em andamento, além de ouvirmos as áreas técnicas que apresentam soluções e estratégias para questões prioritárias”, afirmou Andrea, mencionando o compromisso da CBTIN com a integração e a eficiência das ações do Sistema Comércio.
Um dos principais temas tratados foi o programa Educação 4.0 do Senac, apresentado pela diretora de Educação Profissional do Senac-DN, Anna Beatriz Waehneldt. O programa, referência na modernização da educação profissional no Brasil, busca alinhar a formação às demandas de um mercado cada vez mais impactado pela automação e pela transformação digital.
“O diagnóstico que realizamos nos mostrou a necessidade de requalificar profissionais para o mercado automatizado. Isso inclui programas que vão desde o nível básico até o avançado, sempre alinhados às demandas de setores como segurança cibernética e inteligência artificial”, explicou Anna Beatriz.
Além disso, o Senac apresentou avanços no portfólio de cursos voltados à área de TI, estruturados em três níveis de complexidade, incluindo cursos técnicos, graduações e certificações profissionais em parceria com grandes empresas globais.
O Coordenador da CBTIN, Antonio Florencio de Queiroz Junior elogiou o Programa que vem sendo desenvolvido pelo Senac Nacional, e pediu que seja verificada a possibilidade de ser realizado um trabalho para mudança na regulamentação das contratações das entidades, afim de que os alunos formados pelo Senac possam ser aproveitados como mão-de-obra nas entidades, “Às vezes observamos que verdadeiras joias são formadas em nossos cursos e não podemos aproveitá-las em nossos quadros funcionais”, comentou o Coordenador.
Maurício Ogawa, diretor de Economia e Inovação da CNC, enfatizou as iniciativas da DEIN para acelerar a digitalização do setor de comércio no Brasil, como o Jornada CNC de Transformação Digital que visa à transformação de negócios tradicionalmente analógicos em modelos integrados às trilhas de inovação tecnológica. “Somos o maior sistema confederativo do País e um dos maiores do mundo, com representatividade significativa. Empresas que não olham para a digitalização perdem até 30% do faturamento, enquanto nossos programas podem aumentar a receita em até 15%”, afirmou.
A parceria com a Huawei, foi destacada como estratégica para a qualificação em tecnologias como 5G, governança digital e inteligência artificial. “Essa colaboração com grandes players é um pilar essencial para modernizarmos a educação e alinharmos nossas capacitações para as novas exigências do mercado”, reforçou Ogawa.
Ele também mencionou o sucesso do CNC Hunting, que selecionou três startups entre 71 inscritas, e falou sobre a atuação da CNC com Inovação Aberta (Open Innovation) como a parceria com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, fundamental para soluções como a gestão das câmaras.
Jenifer Freitas Rodrigues da Silva, assessora de Relações Institucionais da CNC, apresentou o acompanhamento legislativo, salientando o andamento do pacote fiscal, que busca equilibrar o orçamento, e da reforma tributária, cujo relatório final, de autoria do senador Eduardo Braga, deve ser votado na Câmara antes do recesso parlamentar. Ela também comentou o projeto sobre inteligência artificial, iniciado por juristas e transformado em projeto de lei pelo presidente do Senado e que está sendo discutido em comissão especial. “O grande desafio é conciliar a proteção de direitos fundamentais com a garantia da liberdade econômica, evitando ingerências estatais que interfiram na atividade privada”, explicou, ressaltando que o texto está em análise pela CNC e deve ser votado em breve.
Luiz Carlos Bohn, coordenador das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços, destacou o papel colaborativo das entidades do Sistema Comércio no debate sobre tecnologia e inovação. “É essencial que compartilhemos boas práticas e dificuldades para encurtar caminhos, evitar erros e promover o avanço coletivo. O trabalho integrado nos permite atender às demandas de um setor tão dinâmico quanto o de tecnologia da informação.”
Ele também enfatizou a importância de fazer valer o papel do comércio na cadeia produtiva brasileira. “Devemos agir para garantir que nossa contribuição seja reconhecida e que possamos avançar em nossas demandas.” Bohn concluiu ressaltando a CBTIN como um espaço estratégico para alinhar ações e fortalecer o setor.
Ao fim da reunião o Coordenador Antonio Queiroz agradeceu a participação de todos os integrantes e manifestou sua satisfação com o trabalho e os assuntos que foram abordados nas reuniões da CBTIN em 2024.