O otimismo voltou a predominar entre os empresários do varejo para o Dia da Criança, depois da redução das expectativas de faturamento do comércio no Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais deste ano. Pesquisa nacional feita pela Serasa com 1.012 empresários do setor, entre 11 e 18 de setembro, revela que 40% acreditam que vão ampliar as vendas no Dia da Criança em relação à mesma data do ano passado.
Desde a Páscoa, a parcela de empresários que apostava no aumento do faturamento não atingia a casa de 40%.
O otimismo voltou a predominar entre os empresários do varejo para o Dia da Criança, depois da redução das expectativas de faturamento do comércio no Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais deste ano. Pesquisa nacional feita pela Serasa com 1.012 empresários do setor, entre 11 e 18 de setembro, revela que 40% acreditam que vão ampliar as vendas no Dia da Criança em relação à mesma data do ano passado.
Desde a Páscoa, a parcela de empresários que apostava no aumento do faturamento não atingia a casa de 40%. No Dia das Mães , essa fatia era de 37%, caiu para 35% no Dia dos Namorados e recuou para 32% no Dia dos Pais. ‘Há uma reversão nas expectativas em relação ao que vinha ocorrendo desde o início do ano’, diz o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida. De toda forma, ele pondera que, na comparação com a mesma data de 2005, o entusiasmo diminuiu. É que, em setembro de 2005, 46% dos empresários apostavam no aumento do faturamento.
Almeida aponta quatro fatores para a melhora nas expectativas. Uma delas é a proximidade do recebimento da primeira parcela do 13º salário, a recuperação do emprego formal e da renda do trabalhador e a perda de fôlego da inadimplência, além das facilidades de pagamento oferecidas pelas lojas. ‘Com a redução da informalidade, um número maior de trabalhadores receberá o 13º salário’, observa o economista.
A pesquisa mostra que o otimismo é maior entre as grandes empresas varejistas e também as que têm pontos-de-venda no Norte e Nordeste. Segundo a enquete, 59% dos grandes empresários acreditam no aumento das vendas, enquanto esse índice é de 34% na média das pequenas companhias.
No Nordeste, 57% dos empresários acham que vão ampliar as vendas no Dia da Criança ante a mesma data de 2005. No Norte, são 50%. O otimismo é menor no Sul e Centro-Oeste, com índices de 28% e 39%, respectivamente. No Sudeste, o resultado foi de 41%, ligeiramente superior à média nacional.
‘As diferenças entre as regiões refletem o ritmo da economia local’, diz Almeida. Os empresários do Sul são menos otimistas porque a região foi afetada pela crise do agronegócio e das exportações. O otimismo do Nordeste reflete o crescimento da renda provocado, em parte, pelos programas sociais.
A prazo
A venda financiada, especialmente por meio de crediário, é a grande aposta do comércio para o Dia da Criança. De acordo com a pesquisa, 60% dos negócios serão financiados e 40% quitados à vista. Do total a prazo, o crediário deverá responder pela maior parcela (43%), seguido pelo cheque pré-datado (32%) e o cartão de crédito parcelado (21%).
O comércio e a indústria confirmam os dados da pesquisa. A Lego, por exemplo, fabricante de brinquedos de montar, prevê um acréscimo de 25% nas vendas neste Dia da Criança em relação à mesma data de 2005. Para isso, ampliou em 20% os investimentos em marketing para lançamento de produtos.
A Multitoys, que produz bolas, skates, kits de basquete, entre outros itens, também está otimista e ampliou em cerca de 20% a linha de produtos para garantir o aumento das vendas. Segundo o diretor comercial, Fernando Tomiotto, a empresa com sede em Londrina, no Norte do Paraná, trabalha desde o início do segundo semestre em dois turnos para atender aos pedidos do Dia da Criança e do Natal. ‘Já recebemos 60% dos pedidos para o Natal’, diz o executivo. Ele conta que contratou 40 trabalhadores efetivos para este fim de ano. Em 2005, foram admitidos 30 temporários para o mesmo período.
A rede varejista Brinquedos Laura, por exemplo, espera faturar no Dia da Criança deste ano de 5% a 10% a mais do que em igual período de 2005. ‘O primeiro semestre foi muito difícil, com os ataques do PCC, Copa do Mundo, um grande número de feriados e aumento do endividamento’, diz o diretor comercial, Eduardo Pedro. De janeiro a julho, a rede varejista vendeu 10% menos em relação a igual período de 2005. ‘Agora estamos empatados’, diz Pedro. A expectativa é de que haja uma reversão no quadro a partir deste mês. É que, entre outubro e dezembro, estão concentradas 70% das vendas do ano.
‘O primeiro semestre não foi como gostaríamos’, diz Betina Zaterka, gerente de Marketing da PBKids, rede especializada em brinquedos com 37 lojas no País. Ela conta que, no mês passado, os negócios começaram a melhorar e a expectativa da rede é ampliar em 10% o faturamento no Dia da Criança e no Natal. Segundo a empresa, o valor médio das compras do Dia da Criança é de R$ 95, ante R$ 81 no mesmo período de 2005.