Por causa do pagamento antecipado de metade do 13º salário dos aposentados, no valor de R$ 5,8 bilhões, as contas do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) fecharam setembro com um saldo de R$ 459,1 milhões. É um resultado bem mais baixo que o tradicionalmente obtido nesse mês. No ano passado, por exemplo, o saldo de setembro foi de R$ 2,786 bilhões.
Por causa do pagamento antecipado de metade do 13º salário dos aposentados, no valor de R$ 5,8 bilhões, as contas do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) fecharam setembro com um saldo de R$ 459,1 milhões. É um resultado bem mais baixo que o tradicionalmente obtido nesse mês. No ano passado, por exemplo, o saldo de setembro foi de R$ 2,786 bilhões. Esse é o pior resultado para o mês desde 1998, ano em que estourou a crise da Rússia.
O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, explicou que houve ‘deslocamento’ para setembro de uma despesa grande que ocorreria em dezembro. Por isso, assim como o saldo de setembro foi atipicamente pior que o de anos anteriores, a tendência é o de dezembro ser melhor. ‘Não há uma tendência subjacente de déficit’, garantiu Kawall.
Se o governo não tivesse decidido antecipar o pagamento dos aposentados, o resultado de setembro teria sido um superávit de R$ 5,8 bilhões, segundo cálculos de Kawall. Dessa forma, a meta de superávit do governo central (o conjunto formado por Tesouro, Banco Central e Previdência) para o ano, de R$ 50 bilhões, já teria sido cumprida e superada em R$ 4 bilhões.
Segundo Kawall, apesar do resultado modesto de setembro, as contas públicas, englobando os governos federal, Estados, municípios e empresas estatais, continuam com uma ‘folga’ de R$ 3 bilhões.
Despesa em Alta
Os dados se referem ao chamado resultado primário, ou seja, não incluem receitas e despesas financeiras, como pagamento de juros. O superávit de R$ 459,1 milhões do governo central em setembro é resultado da diferença entre o superávit de R$ 9,064 bilhões nas contas do Tesouro, do déficit de R$ 8,566 bilhões nas contas da Previdência e do resultado negativo de R$ 39 milhões nas contas do Banco Central.
De janeiro a setembro, as contas do governo central acumulam superávit de R$ 48,276 bilhões, ou 3,17% do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a setembro de 2005, o resultado havia sido melhor e o primário estava ligeiramente acima: R$ 49,694 bilhões, ou 3,51% do PIB.
Os números divulgados ontem mostram que as despesas continuam crescendo mais rápido que as receitas. Os gastos acumulados no ano somam R$ 280,180 bilhões, ante R$ 241,489 bilhões em igual período de 2005, um aumento de 16,1%. No mesmo período, as receitas cresceram 12,8%, passando de R$ 140,489 bilhões para R$ 159,474 bilhões.
Os gastos com pessoal, influenciados pelos reajustes salariais, passaram de R$ 140,489 bilhões de janeiro a setembro de 2005 para R$ 159,474 bilhões este ano, um salto de 13,5%. Na mesma comparação, as despesas de custeio e capital, onde estão os investimentos, passaram de R$ 73,676 bilhões para R$ 84,594 bilhões, um aumento de 14,8%.