As operações de crédito do sistema financeiro tiveram, em setembro ante agosto, expansão de 1,3%, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. Com a variação, o saldo total dos empréstimos bancários aumentou de R$ 674,296 bilhões para R$ 682,873 bilhões.
Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), passou de 32,8% para 33%, nível mais alto desde os 33,1% de outubro de 1997. O maior índice já registrado pelo BC foi o de 37%, em fevereiro daquele ano. No ano, o crédito bancário acumula alta de 12,5%, e em 12 meses, de 21%.
As operações de crédito do sistema financeiro tiveram, em setembro ante agosto, expansão de 1,3%, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. Com a variação, o saldo total dos empréstimos bancários aumentou de R$ 674,296 bilhões para R$ 682,873 bilhões.
Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), passou de 32,8% para 33%, nível mais alto desde os 33,1% de outubro de 1997. O maior índice já registrado pelo BC foi o de 37%, em fevereiro daquele ano. No ano, o crédito bancário acumula alta de 12,5%, e em 12 meses, de 21%. Em agosto, o crescimento do crédito havia ficado em 0,8%.
Já o volume de crédito livre – operações para as quais não há direcionamento obrigatório na legislação -concedido pelo sistema bancário às empresas e consumidores aumentou 1,9% no mês passado e atingiu o maior nível desde o início da série estatística do Banco Central, em julho de 1994. O estoque dessas operações passou de R$ 383,9 bilhões, em agosto, para R$ 391,2 bilhões, alcançando 22,5% do PIB.
Juros em Baixa
Os dados sobre as operações do sistema financeiro, divulgados ontem pelo BC, mostram ainda que a taxa média de juros dos empréstimos bancários teve queda de 0,4 ponto percentual em setembro, de 41,9% para 41,5% ao ano. O percentual, de acordo com o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, é o menor desde o início da série histórica, em junho de 2000. A redução foi puxada por uma diminuição dos juros cobrados das empresas, que caíram de 27,9% para 27,3% ao ano, menor taxa desde os 23,5% registrados em outubro de 2002.
Para as pessoas físicas, no entanto, a redução foi bem mais modesta: apenas 0,1 ponto percentual. Com isso, a taxa média paga pelos consumidores ficou em 53,8% ao ano em setembro. Apesar da queda menor, a taxa ainda é a mais baixa desde o início da série do BC, em julho de 1994.
Para Lopes, essa redução reflete os juros mais baixos cobrados nos empréstimos com desconto em folha. “O crédito consignado está ajudando a jogar a taxa média para baixo”, comentou. Nos empréstimos com desconto em folha, a taxa de juros cobrada pelos bancos estava em 34,7% ao ano em setembro. Os juros do crédito pessoal rodavam m torno dos 58,9% ao ano.
Segundo Lopes, o ritmo mais lento de queda dos juros para os consumidores, em setembro, foi causado pelo nervosismo vivido no mercado financeiro em função das eleições presidenciais no Brasil e de crises políticas em países como Hungria, Polônia, Equador e Indonésia. Com as incertezas, aumentou o custo de captação de dinheiro para os bancos. “E a alta foi repassada aos tomadores de crédito”, comentou Lopes. Em setembro, a taxa média de juros do crédito para a compra de eletrodomésticos e outros bens de subiu de 59,4% para 61% ao ano.
Outro fator que pode ter contribuído para manter o crédito caro foi a taxa de inadimplência, que, em setembro, subiu pela terceira vez consecutiva e chegou a 5,1% do total de operações. “Como tivemos um aumento do crédito, é normal que ocorra alguma elevação da inadimplência”, considerou Lopes. Esse índice de atraso no pagamento dos empréstimos foi o mais elevado desde os 5,3% registrado em outubro de 2000.
Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência passou de 7,6% para 7,8% – maior taxa desde os 7,9% de agosto de 2003. O atraso das empresas cresceu de 2,5% para 2,7%, o maior percentual desde novembro de 2003.
Com a inadimplência maior, o BC registrou uma elevação do spread nas operações de crédito livre. O spread, que corresponde à diferença entre os juros pagos pelos bancos para captar dinheiro e o que eles cobram para emprestar, subiu de 27,5 para 27,8 pontos de porcentagem de agosto para setembro. Apesar da alta, o spread ainda acumula queda de um ponto percentual no ano.
Juros no consignado a aposentados diminui para 2,78%
Os bancos poderão cobrar no máximo 2,78% de juros ao mês nos empréstimos com desconto em folha para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ontem, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) baixou em 0,08 ponto percentual o teto dos juros nesse tipo de empréstimo, que era 2,86% ao mês.
Foi a segunda redução determinada pelo CNPS desde maio, quando as taxas começaram a ser limitadas pelo órgão. O teto valerá para as novas operações, mas só entrará em vigor após a publicação da resolução do conselho no Diário Oficial da União, o que deve acontecer ainda nesta semana.
Apesar da proximidade do segundo turno das eleições, o secretário executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, negou que haja propósito eleitoral na medida. Ele justificou a decisão como um reflexo da redução da taxa Selic, que remunera os títulos públicos e é usada como parâmetro nas demais operações do mercado financeiro. Desde agosto, a Selic foi reduzida em um ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e está agora em 13,75% ao ano.
“É natural e justo que essa queda se reflita também no teto dos empréstimos consignados”, afirmou Gabas. A cada dois meses o CNPS – formado por representantes do governo, dos aposentados, dos trabalhadores e das empresas – faz uma revisão das taxas cobradas nas operações feitas com segurados da Previdência Social.
A avaliação de Gabas é que apesar do estabelecimento do teto não houve queda significativa de novas operações desde maio. “Isso mostra que a medida foi bem absorvida pelo mercado”, afirmou o secretário. Desde que ficou disponível para os segurados do INSS, em maio de 2004, até setembro deste ano foram realizadas 12,3 milhões de operações com 6,4 milhões de aposentados e pensionistas. Ao longo desse período, foram emprestados R$ 17,9 bilhões.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), que integra o conselho, deu o único voto contrário à redução do teto. O diretor da entidade, Jorge Higashiro, explicou que a Febraban é contra o procedimento utilizado para realizar o corte, que segue uma tabela considerando as reduções na taxa Selic. “A decisão deveria se basear não nó numa tabela, mas na realidade de mercado”, argumentou.
Os bancos defendem taxas livres para que haja maior concorrência entre as instituições. Segundo o diretor, a decisão imposta poderá desestimular os bancos a oferecer esse tipo de crédito.