Desemprego e rendimento real recuam em setembro

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 Sazonalidade e corrida eleitoral contribuíram para a criação de novas vagas no mês. Às vésperas das eleições, o desemprego recuou de 10,6% para 10% do População Economicamente Ativa (PEA). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou a criação de 244 mil postos de trabalho em setembro e a redução de 128 mil pessoas desocupadas em busca de emprego. Os dois fatores levaram a taxa de desemprego a retomar o baixo patamar registrado em janeiro deste ano.

 Sazonalidade e corrida eleitoral contribuíram para a criação de novas vagas no mês. Às vésperas das eleições, o desemprego recuou de 10,6% para 10% do População Economicamente Ativa (PEA). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou a criação de 244 mil postos de trabalho em setembro e a redução de 128 mil pessoas desocupadas em busca de emprego. Os dois fatores levaram a taxa de desemprego a retomar o baixo patamar registrado em janeiro deste ano.


“A queda em setembro tem porte de queda de final de ano e deve cair ainda mais, mas ainda precisamos de mais meses para afirmar qual a tendência do mercado de trabalho”, afirmou Cimar Azeredo, responsável pela divulgação da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.


Já Sérgio Vale, economista da MB Associados , não tem dúvidas quanto à evolução do desemprego para os próximos meses, e estima uma taxa de 10,1% em 2006, ante 9,8% em 2005. Ele ressalta que a taxa de desemprego em setembro é superior à registrada no mesmo mês do ano passado (9,6%), devido ao aumento mais acelerado da PEA e da perda de ritmo na geração de vagas. “A ocupação principalmente na indústria, que tem peso importante na geração de vagas, está perdendo o ritmo e puxa a média para baixo”, ele explica, completando que os setores industriais com os melhores desempenhos este ano, como petróleo e mineração, não são muito intensivos em mão-de-obra.


Efeito eleições


As eleições podem ter contribuído para a criação de novas vagas, já que 92 mil postos de trabalho abertos são informais. Outros 81 mil empregos criados, entretanto, têm carteira assinada, dos quais a maior parte (66 mil) partiram do setor industrial.


“A PME captou 5,6% mais trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado: são aproximadamente mais 455 mil pessoas desfrutando das garantias oriundas dessa forma de inserção no mercado de trabalho”, assinala o IBGE na pesquisa.


O número de pessoas ocupadas cresceu 1,2% e atingiu 20,69 milhões, enquanto o total de desempregados registrou queda de 5,3%. As maiores reduções foram verificadas nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (–9,9%) e Rio de Janeiro (–8,2%).


A má notícia é que as novas vagas formais apresentam salários menores, que acabaram por reduzir o rendimento médio da população. O rendimento médio encolheu 0,8% entre um mês e outro, passando de R$ 1.038,35 para R$ 1.030,20.


No período, também houve queda de 4,1% na renda de empregadores, que recebem os maiores rendimentos. A renda chegou a R$ 2.795,80 em setembro, mesmo com a corrosão.

Na comparação com setembro de 2005, porém, o quadro ainda é de ganho no poder de compra dos trabalhadores, com aumento de 2,7%. A tendência, de acordo com Vale, é que esse aumento se mantenha até o final do ano, devido em grande parte ao maior aumento do salário mínimo em 2006, em relação a 2005.


Massa de rendimentos


O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) destaca a evolução do rendimento real médio de janeiro a setembro de 2006 (4%) quando comparada a igual período em anos anteriores (1,6% em 2005, –1,8% em 2004 e –11,7% em 2003). “Isso, aliado ao crescimento do número de pessoas com trabalho, resultou no mais forte aumento da massa de rendimentos desde a retração econômica de 2003”, avalia o instituto. Segundo o IEDI, a massa de rendimentos cresceu 6,2% em 2006 ante 4,9% em 2005 devido, principalmente, ao aumento do emprego.




 

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