IGP-M é o maior desde janeiro mas deve desacelerar, diz FGV

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A inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) atingiu em novembro a maior taxa desde janeiro, pressionada por produtos agrícolas, sobretudo soja, mas deve desacelerar em dezembro, de acordo com dados divulgados ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No ano e nos últimos 12 meses até novembro, o IGP-M acumula alta de 3,5%. O índice subiu 0,75% neste mês, acima do avanço de 0,47% em outubro, informou a FGV ontem.

A inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) atingiu em novembro a maior taxa desde janeiro, pressionada por produtos agrícolas, sobretudo soja, mas deve desacelerar em dezembro, de acordo com dados divulgados ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No ano e nos últimos 12 meses até novembro, o IGP-M acumula alta de 3,5%. O índice subiu 0,75% neste mês, acima do avanço de 0,47% em outubro, informou a FGV ontem.


“Essa aceleração foi fruto do choque de soja, de in natura, de produtos em entressafra e de produtos pressionados pelas cotações internacionais”, disse Salomão Qua-dros, economista da FGV, durante entrevista à imprensa para detalhar os dados. “Mas houve uma desaceleração em relação ao IGP-10 (que subiu 1,02% em novembro). Foi algo pontual esse IGP-M e dezembro deve ficar abaixo de novembro”, estimou Salomão Quadros.


Entre os componentes do IGP-M, o maior impacto veio do Índice de Preços por Atacado (IPA), com alta de 1,02% em novembro, ante 0,65% em outubro.


A soja foi a maior alta individual de preços, com reajuste de 11% após aumento de 6,9% em outubro. Outros grãos em elevação foram milho (13,78%) e café (7,41%). A alta da soja contaminou o óleo de soja, que ficou 6,37% mais caro no mês.


“A soja ainda deve continuar alta, segurando um pouco o índice em alta em dezembro, mas ela deve ter atingido o pico. Outros produtos que vinham em forte alta estão desacelerando, como as carnes e o trigo, por isso o IGP-M tende a desacelerar”, afirmou Quadros.


A trajetória é vista no IPA agrícola, que se manteve alto mas com desaceleração. O componente subiu 3,31% em novembro, contra aumento de 3,56% no mês passado. Já o IPA industrial acelerou e avançou 0,28% após a queda de 0,25% em outubro.


Previsão de 4% para 2006


Com a previsão da taxa mais baixa em dezembro, Quadros acredita que o índice acabará 2006 com alta ligeiramente abaixo de 4%.


O dado supera de longe o do ano anterior, de 1,21%, mas 2005 foi atípico para o IGP-M, já que trouxe uma forte valorização do real.


Para 2007, a projeção de Quadros é de inflação pelos IGP entre 3,5% e 4%.


IPC sobe 0,27%


Nos demais componentes do IGP-M, em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,27%, depois da alta de 0,10% no mês anterior. O destaque de aceleração foi o grupo alimentação, com alta de 0,94%, na seqüência do recuo de 0,17% em outubro.


O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,23%, ante alta de 0,18% em outubro. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de outubro e 20 de novembro.


 


 




 

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