A expansão de 0,5% do PIB no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior revela que a economia “parou”, segundo representantes da indústria e do comércio. O desempenho, considerado fraco, está longe do que o Brasil precisa para crescer de forma sustentada.
“Que o PIB do terceiro trimestre voltaria a decepcionar, já era um fato sabido por todos.
A expansão de 0,5% do PIB no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior revela que a economia “parou”, segundo representantes da indústria e do comércio. O desempenho, considerado fraco, está longe do que o Brasil precisa para crescer de forma sustentada.
“Que o PIB do terceiro trimestre voltaria a decepcionar, já era um fato sabido por todos. Grave foi constatar que a taxa de expansão de 0,5% em relação ao trimestre anterior foi praticamente igual àquela divulgada para o segundo trimestre deste ano (0,4%)”, diz Boris Tabacof, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
“Após uma retomada de 1,1% no primeiro trimestre, quando aumentaram as esperanças de um crescimento forte em 2006, constatamos que a economia brasileira parou.” No comércio, o resultado do PIB não causou “surpresa” e foi atribuído à política econômica “equivocada” dos últimos anos. “O crescimento de apenas 3,2% do PIB em relação ao mesmo período de 2005 não nos causa surpresa, mas descontentamento. Enquanto o governo privilegiar o controle monetário em detrimento ao estímulo à produção, é provável que resultados semelhantes se repitam”, disse Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP).
Congresso
A oposição fez duras críticas ao governo. “É resultado da ineficiência do governo, eles não conseguem fazer o país crescer. É fruto do empreguismo, da insegurança jurídica, da alta taxa de juros, da incompetência e do risco Brasil, em que está embutida a corrupção”, afirma o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
“É um crescimento muito baixo, insuficiente, inaceitável”, diz o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). O petista atribuiu o resultado ao ritmo lento de redução da taxa de juros pelo Banco Central e à baixa taxa de investimento.
Fiesp reduz projeção para alta de 2,7%
Com base nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou suas principais projeções de crescimento para este ano. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, a entidade estima que o PIB crescerá 2,7% neste ano, ante a projeção anterior de 2,8% feita em agosto.
O PIB industrial total também foi revisado para baixo, passando de 3,5% para 2,8%.Para o Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, a Fiesp mantém a previsão de alta de 3,2%. Em outubro, o INA teve ligeira de 0,2% ante setembro, com ajuste sazonal. Na série sem ajuste, a alta da atividade foi de 0,5%. Na comparação com outubro de 2005, o indicador subiu 3,9%, enquanto que de janeiro a outubro deste ano, a variação foi de 3,5% sobre o igual período do ano passado.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) manteve a projeção de alta do PIB entre 3,5% e 3% para este ano, porém com viés mais voltado para 3%