Alta carga tributária trava PIB, diz Kawall

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O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, reconheceu ontem que a carga tributária elevada é um empecilho para o crescimento econômico do Brasil. ‘Há um reconhecimento de que a carga tributária é excessiva e, por isso, disfuncional, do ponto de vista do crescimento’, disse Kawall. ‘Urge discutir essa questão’, disse.


Ele reconheceu, porém, que não há espaço para uma ‘queda vertiginosa’ da carga tributária.

O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, reconheceu ontem que a carga tributária elevada é um empecilho para o crescimento econômico do Brasil. ‘Há um reconhecimento de que a carga tributária é excessiva e, por isso, disfuncional, do ponto de vista do crescimento’, disse Kawall. ‘Urge discutir essa questão’, disse.


Ele reconheceu, porém, que não há espaço para uma ‘queda vertiginosa’ da carga tributária. Segundo ele, uma redução do peso dos impostos na economia vai depender do espaço a ser criado pelo controle dos gastos correntes, que faz parte das medidas do pacote fiscal em estudo pela equipe econômica.


Kawall disse que o governo precisa trabalhar pela redução da carga tributária no médio e longo prazos e, além disso, fazer esforços no sentido de melhorar a qualidade do desenho tributário. ‘É preciso promover a redução da carga de forma cautelosa, porque não há espaço para cortes drásticos.’


SELIC


O secretário do Tesouro também afirmou que a possibilidade de redução da taxa de juros básica (Selic) no próximo ano é ‘certamente’ menor do que a queda dos juros praticada este ano. Ele ponderou, entretanto, que o importante é que a inflação e as expectativas inflacionárias permaneçam sob controle, dando condições para que o Banco Central (BC) continue no processo de redução da Selic, bem como das taxas de juros de médio e longo prazos, que favorecem a expansão do consumo e dos investimentos. ‘A queda não deve ser só da Selic, mas também das taxas de médio e longo prazos.’


Um menor ritmo de redução dos juros no próximo ano, segundo o secretário, decorre do fato de que já houve grandes reduções da Selic nos últimos meses. ‘É natural que o espaço diminua para a continuidade dessa redução’, disse o secretário. O BC reduziu por 12 reuniões seguidas a taxa Selic. A queda acumulada desde setembro do ano passado é de 6,5 pontos porcentuais. Hoje, a taxa básica está em 13,25% ao ano.


Analistas do mercado consideram, também, que a margem de redução da taxa pode estar esgotada porque o BC tem de agir preventivamente em relação ao aumento de gastos do governo. Ou seja, se as despesas aumentam, as taxas de juros não podem cair em uma velocidade maior para não colocar em risco o controle da inflação.


Na avaliação do secretário do Tesouro, a possibilidade de menor redução das taxas de juros não deve comprometer o crescimento econômico. As taxas maiores de crescimento econômico não passam exclusivamente pela redução da taxa básica de juros, segundo Kawall.


De acordo com ele, para que o Brasil cresça a uma taxa de 5% nos próximos anos, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é preciso incentivar os investimentos públicos e privados. ‘Agora temos de buscar avançar no sentido de abrir espaço para mais investimentos públicos’, disse, destacando que também os investimentos privados precisam crescer.


 




 

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