Dívidas e inadimplência esfriam as vendas do Natal

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O alto endividamento do consumidor paulistano e a inadimplência este mês devem comprometer os resultados do varejo no Natal. A previsão da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) é de um crescimento de apenas 1% nas vendas ante dezembro de 2005. ‘Será um mês sem emoção’, define o diretor-executivo da Fecomércio, o economista Antônio Carlos Borges.


No ano, a alta deve ficar entre 3% e 4% em relação a 2005. ‘Como previsto, foi um ano morno, pífio’, diz Borges. ‘No ano passado, o crescimento foi de 2,8%. Há tempos ficamos nestas faixas. É muito pouco’, diz.

O alto endividamento do consumidor paulistano e a inadimplência este mês devem comprometer os resultados do varejo no Natal. A previsão da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) é de um crescimento de apenas 1% nas vendas ante dezembro de 2005. ‘Será um mês sem emoção’, define o diretor-executivo da Fecomércio, o economista Antônio Carlos Borges.


No ano, a alta deve ficar entre 3% e 4% em relação a 2005. ‘Como previsto, foi um ano morno, pífio’, diz Borges. ‘No ano passado, o crescimento foi de 2,8%. Há tempos ficamos nestas faixas. É muito pouco’, diz. O nível de endividamento dos consumidores no mês chega a 61% , sendo que 43% dos que têm dívidas estão com contas atrasadas.


Chama a atenção também que 33% informam que não poderão saldar o débito. Em dezembro de 2005, esse porcentual era de 19%, segundo a pesquisa sobre endividamento e inadimplência da Fecomércio feita mensalmente com 1.360 consumidores na capital.


Os porcentuais de endividamento sobem na faixa de menor renda. Para quem ganha até três salários mínimos, atinge 76%; os endividados com contas em atraso são 60%, dos quais 41% afirmam que não poderão saldar o débito.


Na média, a inadimplência do consumidor subiu nove pontos porcentuais, de 34% em novembro para 43% em dezembro, o segundo pior resultado do ano. Já o endividamento na mesma comparação caiu nove pontos porcentuais.


Na avaliação da Federação do Comércio foi um ano instável. ‘Mas o crédito consignado, indicador importante do crescimento de endividamento, revela que, do total de 19 milhões de pensionistas, 7 milhões recorreram a esse tipo de empréstimo’, diz Borges.


13.º Salário


Para o presidente da Fecomércio, Abram Szajman, o 13º poderá ser um alento para o consumidor, mas não resolverá o problema das vendas, já que boa parte dele será voltado para o pagamento de dívidas, reduzindo as possibilidades de compra no fim do ano.


Szajman considera que o custo elevado dos empréstimos está impedindo uma expansão maior do varejo. Segundo ele, a trajetória de queda da Selic foi iniciada em setembro de 2005, mas os efeitos dessas reduções ainda não chegaram ao consumidor, inibindo a expansão das vendas. Ele lembra que, em outubro, o juro nominal médio cobrado das pessoas físicas foi de 3,61% ao mês. A média anual chega a 3,79% ao mês, ante uma inflação de 3,26% no ano.


Ele observa que o consumo cresceu em 2006 pelo aumento da oferta de crédito, que, até outubro, era 11% superior ao do mesmo mês de 2005. Para Borges, só quando as taxas de investimento do Produto Interno Bruto (PIB) saírem dos atuais 20% para, no mínimo, 25% será possível pensar num crescimento importante do mercado interno. Mas a política econômica adotada pelo governo, diz, não mostra um cenário de crescimento vigoroso em 2007.


Borges acredita que neste mês o crédito continuará abundante, mas caro. Por isso, no Natal os melhores desempenhos deverão ser de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e lojas de departamento. Até outubro, os setores de vestuário, tecidos e calçados apresentavam o melhor resultado de vendas, com alta acumulada de 10%.

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