Geração de empregos em fevereiro de 2022 foi 17% menor que em 2021, aponta Caged

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Dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, apontam a geração de 328,5 mil empregos formais em fevereiro deste ano, resultado 17% menor em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, os salários iniciais dos trabalhadores voltaram a cair.

Em janeiro, o resultado já havia sido 38% inferior. O ministério considera esta desaceleração natural, após um 2021 de melhora na economia ocasionada pelo avanço da vacinação contra a Covid-19 e pela flexibilização das das medidas de restrição.

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, destacou que a geração de empregos tende a seguir o desempenho das atividades econômicas. De acordo com ele, há uma retomada forte das contratações, porém, os desligamentos permanecem relativamente estáveis, por isso, o Governo considera os resultados positivos. “É um processo consistente com a retomada da economia brasileira”, afirmou.

A remuneração média para quem foi contratado em fevereiro foi de R$ 1.878,66, 3% menos do que em janeiro e 2,4% inferior a um ano antes (já considerando dados corrigidos pela inflação). Segundo o Ministério, a menor remuneração é tradicionalmente observada em momentos de expansão.

“Quando aumenta o número de admissões, aumenta a base de trabalhadores contratados e normalmente aumenta o número de contratados com menor renda. Esse é um movimento que acaba sendo comum”, afirmou Luis Felipe de Oliveira, secretário de Trabalho.

Justificativa semelhante foi dada para o aumento nos pedidos de seguro-desemprego, que chegaram a 550,2 mil em fevereiro (4% mais do que em janeiro e 13% mais do que um ano antes). Segundo os técnicos, uma economia mais aquecida provoca mais movimentação e mais fluxo de entradas e saídas do mercado de trabalho.

Por Setores e Regiões

Todos os setores sustentaram a criação de postos de trabalho no mês. O destaque foi o setor de serviços (215,4 mil novas vagas), liderado pela seção de educação (66,5 mil vagas abertas). Os O arrefecimento da pandemia e a flexibilização das medidas sanitárias, com a intensificação das atividades escolares presenciais, estimulou a contratação de profissionais da educação.

Em seguida, se destacaram a indústria (43 mil), a construção civil (39,4 mil), a agropecuária (17,4 mil) e o comércio (13,2 mil). Por divisão geográfica, também houve resultado positivo em todas as regiões. O Sudeste liderou (com abertura de 162,4 mil postos) e foi seguido por Sul (82,8 mil), Centro-Oeste (40,9 mil), Nordeste (28 mil) e Norte (12,7 mil).

Os dados neste ano tendem a ser limitados pelo fim gradual dos efeitos do programa emergencial de manutenção de emprego e renda. O Governo avalia que o término do programa e o fim da proteção dos vínculos empregatícios farão os dados dependerem mais do desempenho da atividade econômica.

O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, afirmou que o País deve criar até 2 milhões de vagas formais em 2022, embora a área técnica tenha afirmado que essa é apenas uma expectativa e que a pasta não divulga previsões. Analistas calculam um número mais modesto: 895 mil vagas em 2022.

Fonte: Folha de São Paulo

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