Artigo de Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-RS
No setor privado, empresas gaúchas são treinadas para produzir o melhor, na maior velocidade e ao menor custo possível
A reconstrução do Rio Grande passa pela força do setor privado gaúcho. As casas e os estabelecimentos empresariais que foram destruídos não foram construídos por governos. Foram construídos por nossas famílias e empresas, utilizando a capacidade dos mecanismos de mercado para maximizar o resultado de seus esforços. Após a destruição das enchentes, os governos deveriam cumprir seu papel provendo recursos imediatos, permitindo que a força, o aguerrimento e a bravura de nosso povo, que tanto nos orgulham quando cantamos nosso hino, possam reerguer o Estado.
No setor privado, empresas gaúchas são treinadas para produzir o melhor, na maior velocidade e ao menor custo possível. Vivem em um ambiente de competição e mostram sua força ao sobreviverem a ele diariamente. São elas, portanto, que têm as melhores condições de produzir quaisquer bens ou serviços necessários à reconstrução. Ademais, as empresas impactadas, que tinham sucesso e operavam normalmente antes das enchentes, já provaram seu valor neste ambiente para gerar renda e empregos para os gaúchos. Não podemos deixá-las morrer, pois a reconstrução exigirá que elas sigam cumprindo este papel.
O papel dos governos é disponibilizar recursos para atenuar os efeitos de crises severas. Além disso, esse papel se justifica ainda mais quando se leva em conta a excepcionalidade da catástrofe natural que nos assolou, que não tem nenhuma relação com escolhas feitas por empresas e famílias. Por isso, elas devem ser auxiliadas.
Para cumprir este papel, no entanto, governos, principalmente o federal, que recebe a maior parte de nossos impostos, deveriam prover a infraestrutura e os recursos para que as famílias possam reconstruir e readquirir seus patrimônios e para que as empresas mantenham empregos, recomponham seus ativos e voltem a produzir normalmente. Mais direto, simples, e com muito mais volume do que vem sendo realizado até agora.]
Artigo originalmente publicado no jornal Zero Hora, em 06 de agosto de 2024.