Destinos turísticos a hora é agora

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* Palestrante e consultora de Turismo Digital 

 

A pandemia da Covid-19 provocou a maior crise na indústria de viagens, impactando negócios, destinos e locais de empregos no mundo todo. Mas como toda crise gera também oportunidades, essa parada do Turismo é uma oportunidade para refletir e, principalmente, repensar que tipo de turismo queremos.

Esse reset tem servido para adaptar nossos negócios e nossos destinos às novas exigências e aos desejos dos viajantes atuais, tais como: viagens seguras e mais sustentáveis, facilitadas pela digitalização e com grande dose de experiências memoráveis.

A metodologia de Destinos Turísticos Inteligentes foi criada em 2012, pela Sociedad Mercantil Estatal para la Gestión de la Innovación y las Tecnologías Turísticas (SEGITTUR)1, e será ainda mais relevante pós-Covid-19, já que está muito alinhada com o “novo” turismo e, especialmente, com as demandas atuais.

De acordo com a Segittur, Destino Turístico Inteligente é um “destino turístico inovador, consolidado a partir de uma infraestrutura tecnológica de vanguarda, que garanta o desenvolvimento sustentável do território turístico. Acessível a todos, facilita a interação e a integração do visitante com o meio ambiente e melhora a qualidade de sua experiência no destino.” (SEGITTUR, 2015)

Assim, o Destino Turístico Inteligente é um território comprometido com os fatores ambientais, culturais e socioeconômico locais, dotado de sistema de inteligência que capta a informação de forma processual, analisa e compreende os acontecimentos em tempo real, com o intuito de facilitar a interação do visitante com o entorno, bem como a tomada de decisão dos gestores do destino.

A metodologia de DTI está baseada em cinco pilares estratégicos, que são:
• Governança;
• Tecnologia;
• Sustentabilidade;
• Acessibilidade;
• e Inovação.

Consiste, principalmente, em definir estratégias para valorizar o destino, mediante melhor aproveitamento dos atrativos naturais e culturais; criar recursos, atividades e equipamentos inovadores; melhorar os processos de produção e distribuição; e fomentar a sustentabilidade nas esferas ambiental, social e econômica.

O novo perfil do viajante 4.0 e as novas necessidades da sociedade pós-pandemia são as principais razões da transformação dos destinos. Os destinos inteligentes têm mais apelo para atrair, satisfazer e encantar o turista contemporâneo, pois oferecem produtos e serviços inovadores, são mais eficientes na comunicação digital e promovem sustentabilidade.

Outro motivo para apostar nos DTIs é acompanhar o movimento global, visando aumentar a competitividade dos nossos destinos turísticos. Conforme os destinos maduros usam inteligência no planejamento, na tomada de decisão e na execução das ações, naturalmente se tornam mais competitivos.

Assim, a transformação dos destinos é uma necessidade, uma espécie de pré-requisito para acompanhar os movimentos globais do turismo e se manter no “jogo”. E os benefícios para os destinos que buscam essa transformação são vários, tais como: melhora da qualidade de vida dos residentes locais; aumento dos gastos dos turistas; valorização da marca turística do destino; otimização da gestão sustentável do destino; e fomento da sustentabilidade e acessibilidade no destino.

Dezenas de destinos espanhóis se converteram em destinos inteligentes nos últimos anos. Na América, Tequila, no México, e Medellín, na Colômbia, também já conquistaram esse título. No Brasil, o Sebrae vem desenvolvendo projetos de DTI em algumas localidades, e o Ministério do Turismo começa a implementação do projeto em 10 destinos pilotos, nas cinco regiões brasileiras: Rio Branco – AC e Palmas – TO (Norte); Recife- PE e Salvador- BA (Nordeste); Campo Grande – MS e Brasília – DF (Centro-Oeste); Florianópolis – SC e Curitiba – PR (Sul); e Rio de Janeiro – RJ e Angra dos Reis – RJ (Sudeste).

No projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuro, criado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), vamos integrar propostas e conectar instituições para recomendar políticas públicas que estimulem o desenvolvimento sustentável do turismo nas 27 Unidades da Federação e, também, em âmbito nacional. Os planos serão estruturados com base nos cinco pilares estratégicos da metodologia de DTI, de forma a facilitar a convergência de iniciativas realizadas pelas diversas instituições brasileiras.

Estamos certos de que essa quebra no Turismo favorece a preparação e a busca por soluções inovadoras para enfrentar os desafios e acelerar a recuperação do setor. Fomentar o desenvolvimento de destinos mais sustentáveis ​​e inteligentes é a melhor forma de começar a construir o turismo que queremos. Vamos juntos criar o futuro do Turismo no Brasil?

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