*por Ernane Galvêas, consultor econômico da CNC
A produção da indústria brasileira recuou 2,4% em janeiro de 2022, em relação ao mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIMPF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor começou o ano com recuo em dez dos 15 locais pesquisados, considerando o resultado de janeiro de 2022, perante o mês anterior. As perdas mais intensas foram registradas em Amazonas (-13%), Minas Gerais (-10,7%) e Pará (-9,8%).
No Amazonas, a perda eliminou quase todo o aumento de 14,3% de dezembro de 2021. Em Minas, o recuo foi o maior desde abril de 2020 (-15,3%) e interrompeu dois meses seguidos de crescimento na produção, em que havia acumulado ganho de 7,5%. Paraná (-5,1%), Pernambuco (-5,0%) e Ceará (-3,8%) também registraram taxas negativas mais intensas do que a média nacional (-2,4%). Principal parque industrial do País, São Paulo teve queda de 1,0%, menos intensa que a média nacional de 2,4%.
No Rio de Janeiro, a retração foi de 1,4%. Os destaques positivos foram Mato Grosso (4,0%) – quarta alta seguida, acumulado de 37,6% – e Espírito Santo (2,6%), que acumula 8,8% em dois meses de alta. Bahia (1,2%), Santa Catarina (0,9%) e Rio Grande do Sul (0,8%) foram os demais resultados positivos do mês. O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) recuou 0,4 ponto em março de 2022, de 55,8 pontos para 55,4 pontos.
O resultado demonstra leve queda da confiança em relação a fevereiro. Apesar da queda, a indústria segue confiante, pois está acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. Dinheiro de fora O investidor estrangeiro já trouxe quase R$ 80 bilhões para a bolsa local neste ano, entre compras no mercado à vista, futuro e ofertas de ações. Em menos de três meses, a B3 já atraiu 57% do volume que entrou no ano passado inteiro.