Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo 09 a 11/12/23 | nº 1048 | ANO V | www.cnc.org.br |
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Em chamada de capa, O Estado de S. Paulo observa que a redução da inflação e do desemprego, considerados alavancas de crescimento de consumo, parece não estar animando os brasileiros nas compras neste fim de ano. Um sinal da apatia ocorreu na Black Friday, com uma frustração das vendas durante os dias de ofertas.
A projeção da CNC é que as vendas deste Natal cresçam 5,6% ante 2022. Em faturamento, porém, o economista da CNC Fabio Bentes diz que o ganho será inferior ao último antes da pandemia. Em 2019, o comércio faturou com a data R$ 70,8 bilhões, em números corrigidos pela inflação. Para este ano, a perspectiva é vender R$ 68,97 bilhões.
Pauta complementar no Estadão reverbera que o principal motivo para o fraco desempenho do varejo na Black Friday e a perspectiva de um Natal morno é a cautela dos consumidores em razão de o endividamento continuar elevado.
Fabio Bentes projeta que o indicador de comprometimento da renda das famílias com dívidas feche o ano 30,1%. Para ele, o mercado de crédito, afetado pelos juros ainda elevados, e o alto endividamento da população são fatores que devem limitar o avanço das vendas de final de ano.
Já o Jornal de Brasília (DF) os consumidores brasileiros devem direcionar o 13° salário para gastos no comércio em 2023, marcando uma mudança positiva após dois anos priorizando o pagamento de dívidas, segundo a CNC.
A Tarde (BA) evidenciou, ontem, que o varejo na Bahia deve alcançar R$ 14,3 bilhões em vendas no último mês do ano – um incremento de 3,7% ou R$ 510,2 milhões a mais em relação a dezembro de 2022, de acordo com as projeções da Confederação Nacional do CNC e Fecomércio-BA.
Sábado, Folha de S.Paulo destacou que relator da LDO de 2024, deputado Danilo Forte, propôs incluir os recursos bilionários do Sistema S no Orçamento Federal. Entidades do Sistema S reagiram, argumentando que as verbas não são receitas públicas e sua inclusão no Orçamento seria inconstitucional.
A CNC afirma que os recursos do Sistema S “não podem ser incorporados” ao Orçamento por serem destinados a entidades privadas. A entidade cita um julgamento do STF, no qual a corte reconheceu o caráter privado dessas instituições como base para a dispensa de concurso público na contratação de funcionários. |
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Pauta econômica Com chamada na capa, O Globo reporta que a pauta econômica entra hoje em semana decisiva no Congresso Nacional, a poucos dias do recesso parlamentar, que começa no próximo 22 de dezembro. Conforme a reportagem, estão em jogo até R$ 47 bilhões em receita, montante com o qual o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está contando para alcançar seu objetivo de zerar o déficit público em 2024. O diário carioca acrescenta que o projeto que pode levar ao maior volume de receita é a medida provisória (MP) que retoma a tributação de empresas que têm benefícios de ICMS para custeio. Somente essa medida poderia render R$ 35 bilhões aos cofres públicos. Esforço Correio Braziliense revela expectativa de uma série de atropelos nesta semana em que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), promete uma semana de “esforço concentrado” no Legislativo. Segundo a reportagem, a pauta abarrotada de temas econômicos que são caros ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai disputar as atenções com a CPI da Braskem, que será instaurada na amanhã no Senado Federal. Com isso, o tempo para a votação de tantos assuntos, inclusive o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 e o Orçamento do ano que vem, é muito curto, tanto que especialistas acham que nem mesmo a Reforma Tributária deverá ser aprovada neste ano. Novas taxas Valor Econômico expõe que a Reforma Tributária vai permitir aos municípios e ao Distrito Federal criar novas taxas para expansão da rede elétrica, sistemas de monitoramento para segurança e preservação de logradouros públicos. Conforme Valor, o alcance exato dessa proposta gera divergências entre especialistas, assim como seu uso e provável aumento da carga tributária para o contribuinte. A reportagem detalha que o uso, valores e forma de custeio das novas contribuições dependerão da lei aprovada em cada município e provavelmente gerarão embates no Judiciário até que o assunto esteja pacificado. Taxa de juros Valor Econômico veicula que a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, com as expectativas dos participantes do mercado totalmente ancoradas em torno de uma redução de 0,5 ponto percentual na Selic na quarta-feira (13), é o principal ponto de divergência entre os agentes. De acordo com Valor, a manutenção da indicação de cortes, no plural, de igual magnitude é defendida por uma ala do mercado, enquanto alguns acreditam que o Copom pode se desamarrar da sinalização futura para ganhar alguns graus de liberdade. A reportagem pontua ser consensual, por outro lado, a percepção de que o Copom deve reiterar que é necessário perseverar numa política monetária contracionista. Política fiscal O Estado de S. Paulo publica entrevista com o economista Manoel Pires, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e hoje coordenador do Observatório Fiscal do Ibre FGV. Para ele, não é possível fazer ajustes nas contas sem atacar os gastos do governo. O especialista vê excesso de otimismo e recomenda mais realismo fiscal à equipe econômica do governo para não gerar frustração. Ele vê risco de o novo arcabouço ficar parecido com o extinto teto de gastos do governo Temer. “É preciso dar um pouco mais de realismo ao discurso fiscal para não transformar vitórias que o governo tem colecionado em derrotas, como na discussão da meta fiscal”, analisa Pires. |
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Rotativo Valor Econômico situa que, a menos de um mês do fim do prazo determinado pelo Congresso para que os bancos apresentem uma autorregulação que reduza a taxa do rotativo do cartão de crédito, a possibilidade de um consenso entre os setores envolvidos nas discussões – bancos, credenciadoras e varejo – está cada vez mais remota.
Segundo apurou o Valor, diante do impasse, a tendência é que a solução adotada seja apenas a definida na lei do Desenrola, que estabelece o teto de 100% do valor da dívida para cobrança de juros.
Sem reserva Folha de S.Paulo noticia que a maioria dos brasileiros não tem guardado nenhum dinheiro como reserva para emergências ou em caso de perda de renda do trabalho. Quase a metade da população com 16 anos ou mais também não contribui para a Previdência, o que sugere um futuro financeiro sombrio na velhice.
Os dados constam de pesquisa nacional Datafolha realizada no dia 5 de dezembro em 135 municípios. Foram ouvidas 2.004 pessoas e a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Segundo o levantamento, 67% dos brasileiros (dois terços) não têm qualquer reserva financeira para atender contratempos maiores. Os que têm algum dinheiro guardado para manter o mesmo padrão de vida por um período menor que três meses também são poucos: 10%.
Virada no varejo Folha de S.Paulo adianta que o setor de varejo na Bolsa de Valores surpreendeu. Mesmo com uma Black Friday abaixo das expectativas e resultados do terceiro trimestre fracos, as ações de Magazine Luiza, Casas Bahia e até Americanas subiram.
Contudo, na avaliação de analistas, ainda não chegou a hora da virada para o setor. Apesar de um cenário macroeconômico melhor, com queda na Selic e perspectiva de redução dos juros nos EUA, as três gigantes enfrentam problemas. O maior deles é o endividamento.
Expansão Após cair 2,4% em outubro, as vendas do comércio brasileiro voltaram a subir em novembro frente ao mês anterior, com expansão de 1,8%, segundo o Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, cujo resultado foi antecipado ao Valor.
Na comparação com novembro do ano passado, a alta foi de 2,1%, informou o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone responsável pelo indicador, Matheus Calvelli. Para ele, a boa performance do varejo em novembro sinaliza retomada no processo de recuperação nas vendas do setor, após movimento “atípico” em outubro.
Acidentes Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, registra que 43,6% dos brasileiros entre 15 e 29 anos inseridos no mercado de trabalho estão na informalidade. E 28% desses jovens foram expostos a alguma situação de risco à saúde, como manuseio de substâncias químicas e de resíduos urbanos. Os dados são de estudo inédito realizado pela Agenda Jovem Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, intitulado “Panorama da Situação de Saúde de Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho”, com base em dados do SUS. Conforme o levantamento, os jovens representam 33% de todos os acidentes de trabalho notificados entre 2016 e 2022. Em números absolutos, isso equivale a 324 mil casos. Deste total, a maioria das vítimas (78%) são homens.
Resorts Valor Econômico registra que o grupo hoteleiro pernambucano Amarante traçou um plano de expansão de R$ 1,6 bilhão, que inclui um resort de luxo em Porto das Pedras (AL) – região mais conhecida pelos turistas como Patacho ou Rota dos Milagres – e um novo hotel de grande porte em trecho de praia entre Pernambuco e Alagoas.
Se o plano for concretizado, até 2030, o grupo atingirá mais de 2.700 unidades de hospedagem – atualmente são 807. O grupo Amarante deve lucrar R$ 145 milhões esse ano, alta de 28% em relação ao ano passado. O faturamento deve ultrapassar R$ 450 milhões, aumento de 17%, com lucro operacional de R$ 163 milhões, avanço de 31%.
Balança comercial Em O Globo, Míriam Leitão tratou (10/12) da surpreendente alta de mais de 50% no superávit da balança comercial do Brasil em 2022, chegando a US$ 62 bilhões, com projeções de fechar próximo a US$ 100 bilhões este ano.
Economistas como Mansueto Almeida e José Roberto Mendonça de Barros discutiram a possibilidade de manter essa tendência nos próximos anos, destacando o papel das commodities, investimentos em tecnologia e maior valor agregado nas exportações.
Eles mencionaram desafios, como o impacto do El Niño na safra, mas expressam confiança na resiliência do setor agrícola. E destacaram o impacto positivo na inflação e no câmbio, ressaltando a importância de uma visão de longo prazo para a economia brasileira.
Maquininhas No sábado, O Estado de S. Paulo informou que as operadoras de maquininhas independentes de cartão de crédito reagiram à ofensiva judicial da Febraban, que apresentou denúncias contra as credenciadoras e seus representantes. As instituições financeiras acusam a existência de um esquema fraudulento nas vendas a prazo, batizado de parcelado sem juros “pirata”.
Seria uma cobrança “dissimulada” de juros no cartão, travestida de parcelado sem taxas, uma forma de as maquininhas se apropriarem das receitas com juros sem o risco da inadimplência, que continuaria restrito ao banco emissor. Na visão das empresas, porém, trata-se apenas de uma narrativa dos grandes bancos para reduzir a competição nesse mercado bilionário.
Lu Alckmin Correio Braziliense publicou, anteontem, entrevista com Lu Alckmin, abordando as as ações sociais da segunda-dama da República, destacando o projeto Padaria Artesanal que qualificou mais de 100 mil pessoas.
Em um dos trechos, Lu Alckmin mencionou a expansão do projeto para outras regiões do Brasil, incluindo parcerias com o Sistema S para atender a pedidos de diferentes estados. |
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Milei A posse de Javier Milei a presidência da Argentina domina o noticiário. O novo presidente prometeu um “tratamento de choque” para resolver a crise econômica, descartando gradualismo e propondo um forte ajuste nas contas públicas. Milei enfatizou a falta de recursos, declarando que nenhum governo recebeu uma herança pior, propôs cortes, incluindo 5% nos gastos públicos, insistindo que o ajuste será focado no Estado, não no setor privado, e apelou à responsabilidade dos políticos na aprovação dessas medidas. Jair Bolsonaro foi impedido de participar de foto oficial com líderes sul-americanos durante a posse. Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador) consideraram inadequada a presença de um ex-presidente, especialmente de um oponente político de Lula.
Base do governo O Globo repercute que Lula enfrenta desafios devido a disputas regionais entre aliados de 13 siglas na base governista, afetando nove estados. As tensões incluem a rivalidade entre Arthur Lira e Renan Calheiros em Alagoas, o distanciamento entre Rodrigo Pacheco e a bancada petista de Minas Gerais, e o mal-estar entre Randolfe Rodrigues e Davi Alcolumbre, entre outros. Segundo a reportagem, recentemente a criação da CPI da Brakem gerou divergências entre Renan Calheiros e Arthur Lira. Apesar dos esforços do governo para um acordo, a comissão pode ser instalada esta semana, ampliando a crise. Dino e Gonet Já Folha de S.Paulo registra que os indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Flávio Dino, e à Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, deverão ser sabatinados simultaneamente pelo Senado em formato inédito na próxima quarta-feira, 13. A iniciativa, conduzida por Davi Alcolumbre, visa agilizar o processo e reduzir confrontos diretos, mantendo a tradição de sabatinas legislativas com questionamentos superficiais e pouca rigorosidade. |
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Na sexta-feira (8), o Ibovespa fechou em alta de 0,86%, aos 127.093 pontos, seguindo o movimento visto no exterior. Na semana, o principal índice da Bolsa brasileira, no entanto, caiu 0,85%. O dólar teve alta de 0,42%, a R$ 4,929 na compra e a R$ 4,930 na venda. Frente ao real, o euro também subiu ligeiramente, a 0,04%, sendo negociado a R$ 5,303 na compra e na venda. |
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