Monitor – 20 de dezembro de 2023

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo20/12/23 | nº 1055 | ANO V |  www.cnc.org.br
Valor Econômico traz que o indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado mensalmente pela CNC, caiu 0,7% em dezembro, para 105,2 pontos. Foi a primeira queda em dois anos do indicador, informou a instituição. Para Felipe Tavares economista-chefe da CNC, o consumidor de baixa renda pode ter optado por quitar dívidas e sair da inadimplência em dezembro em vez de consumir mais.O texto salienta que a CNC está otimista com vendas de Natal, mas com “luz amarela”, nas palavras do técnico. Isso porque as vendas do varejo na Black Friday, semana promocional do comércio em novembro, não foram no patamar esperado pelo setor. Isso significa que o varejo entra dezembro já “bem estocado”, notou ele. A Gazeta (MT) também repercute.No Correio Braziliense, Mercado S/A atenta que o comércio aposta todas as fichas nas vendas de Natal. As perspectivas, de fato, são positivas. De acordo com projeção feita pela CNC, a data deverá movimentar R$ 68, 9 bilhões no varejo. Se o número for confirmado, significará um acréscimo de 5,6% em relação a 2022 e também o maior avanço em quatro anos. O ritmo de negócios nos últimos dias indica que a marca será alcançada. Jornal do Commercio (AM) avança em frente semelhante.
Classificação de riscoManchetes na Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo Valor Econômico destacam que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) elevou ontem a classificação da nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira ( rating ) do Brasil. Com isso, a classificação foi de “BB-” para “BB”, dois níveis abaixo do grau de investimento. Essa foi a primeira elevação em 12 anos. A perspectiva passou de positiva para estável, ou seja, não deve haver mudanças a curto prazo. Em comunicado, a S&P citou a aprovação da Reforma Tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou e disse que esperava essa melhora. Ele comemorou “harmonia entre os Poderes, para colocar ordem nas contas”. DivergênciasO Estado de S. Paulo ressalta que a S&P Global Ratings avalia que o governo tem enviado sinais “mistos” em relação ao compromisso com o arcabouço fiscal, embora as regras em vigor mantenham algum grau de equilíbrio nas contas públicas. No comunicado, a agência lembrou que o Executivo reforçou repetidamente a intenção de evitar, ao máximo, o corte de gastos. “Como resultado, o governo depende principalmente de medidas de receitas tributárias para cumprir as suas metas fiscais”, destaca. Aprovação da LDOO Globo reporta que o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ontem. A proposta orçamentária em si deve ser votada ainda neste ano, antes do recesso parlamentar, que começa na sexta-feira (22). O texto traz a meta de déficit fiscal zero, como indicado pelo governo, e prevê cerca de R$ 48 bilhões em emendas parlamentares, sendo R$ 37 bilhões de pagamento obrigatório. A LDO aprovada estabelece um calendário para empenho e pagamento de emendas, o que não ocorre hoje. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou que o governo vai vetar esses trechos. Folha de S.Paulo também aborda o assunto. Ata do CopomFolha de S.Paulo situa que o Banco Central (BC) divulgou ontem a Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da reunião que reduziu a Selic em meio ponto percentual, de 12,25%, para 11,75%, na semana passada. Segundo o documento, o ritmo de queda de meio ponto é “apropriado” para a redução dos juros nas próximas reuniões. Com isso, o mercado financeiro entende que haverá pelo menos mais dois cortes de meio ponto. O BC pontuou em dois trechos da ata que o governo federal precisa manter a disciplina fiscal e reforçou o papel da política fiscal no controle das projeções de inflação. Valor Econômico também informa. Meta de inflaçãoValor Econômico registra que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que, por causa do comportamento benigno recente da trajetória de preços, possivelmente ele não precisará escrever uma carta justificando o descumprimento da meta de inflação em 2023. A reportagem lembra que nos anos em que a inflação fica fora das bandas da meta, o presidente do BC precisa escrever uma carta para o ministro da Fazenda justificando o descumprimento. Mudanças na ReformaAinda no Valor Econômico, mudanças de última hora na Reforma Tributária vão manter a incidência de impostos na base de outros impostos pelo menos até 2032 e podem postergar isso até depois da fase de transição no caso do IPI. O veículo detalha que supressão na votação final pela Câmara criou a possibilidade de que o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) componha a base de cálculo do ICMS e ISS, algo que até então estaria proibido. A sugestão partiu da Secretaria Extraordinária do Ministério da Fazenda para a Reforma Tributária, que a considera um “ajuste técnico” para manter a arrecadação dos estados, municípios e governo federal durante a fase de transição, entre 2027 e 2032. RegulamentaçãoFolha de S.Paulo informa que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse em conversas que a Casa poderá se debruçar simultaneamente sobre os projetos do Executivo que regulamentarão a Reforma Tributária. O governo trabalha com o envio de três a quatro propostas para definir regras e alíquotas dos novos tributos, os regimes específicos de setores que ficarão fora do alcance do IVA, entre outros temas. O presidente da Câmara disse a interlocutores que defende o envio de todos os projetos de uma só vez, para que os deputados possam dar celeridade à tramitação na Casa. ICMSValor Econômico também reporta que dos seis estados do Sul e Sudeste que anunciaram em novembro aumento de alíquota modal do ICMS, Espírito Santo e Rio Grande do Sul voltaram atrás. Além deles, São Paulo diz que não vai enviar à Assembleia Legislativa, “neste momento”, a proposta de elevação. As propostas para elevar o imposto precisam ser aprovadas pela casa legislativa de cada estado ainda em 2023 para poder valer a partir de 2024. Monitor do PIBValor Econômico assinala que a taxa de juros ainda elevada e a recuperação lenta do mercado de trabalho contribuíram para que o consumo das famílias recuasse 0,5% em outubro, frente a setembro, segundo o Monitor do PIB divulgado ontem. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) pontua que, apesar das queda do consumo das famílias, houve avanço de 0,1% da economia como um todo frente a setembro, com crescimento de 2,4% na comparação com outubro de 2022 e de 2% no trimestre móvel encerrado em outubro. Além disso, no acumulado em 12 meses até outubro, o indicador mostra alta de 2,9%. O coordenador de Contas Nacionais do FGV Ibre, Claudio Considera, explica que as famílias estão consumindo principalmente bens não duráveis e serviços. CríticaO Globo publica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o alerta da OCDE de que, sem um forte arcabouço fiscal e uma Reforma Tributária que mude o sistema atual, a dívida pública continuará elevada em relação a outros mercados emergentes. “Quero até aproveitar essa gravação aqui para dizer para o pessoal da OCDE que quando chegar no final do ano que vem, vou convidar vocês para tomar um café para provar que erraram em relação à previsão que vocês têm do Brasil”, disse Lula. A reportagem menciona que o relatório “Economic Survey Brazil 2023”, divulgado segunda-feira (18) em conjunto com o Ministério da Fazenda, foi concluído antes da aprovação da reforma, semana passada.
AmericanasO Estado de S. Paulo, Valor Econômico e demais impressos destacam que a assembleia geral de credores da Americanas aprovou na noite de ontem o plano de recuperação judicial apresentado pela varejista em 27 de novembro – e que foi costurado por vários meses com os bancos que são os maiores credores da empresa.A assembleia e a votação ocorreram por meio digital – a homologação do plano só deve ocorrer depois de 8 de janeiro, quando termina o recesso do Judiciário. O plano de recuperação foi aprovado com adesão de 91,14% dos credores presentes, que respondem por 97,19% dos créditos.Parcelado sem jurosEm artigo no Valor, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, sustenta que a discussão sobre o teto dos juros no rotativo do cartão de crédito trouxe à tona o desequilíbrio sistêmico que existe hoje nessa linha de crédito no Brasil. Para a economista, uma limitação na taxa sem uma solução para esse desequilíbrio apenas resultará na menor oferta de crédito via cartão pelos bancos.“Manter a livre definição de taxas no mercado bancário é uma prática que melhora a oferta e a alocação de risco crédito pelos bancos. Por outro lado, a informação dos juros no ato do parcelamento de uma compra pelo consumidor é uma importante ferramenta para na sua decisão de consumo e de financiamento”, afirma a especialista. Ainda na opinião de Rafaela, o equilíbrio desse produto sem a distorção da expressão marqueteira “parcelado sem juros” pode resultar na efetiva queda da inadimplência e consequentemente dos juros do rotativo.LDOCorreio Brasiliense publica sobre a aprovação, pelo Congresso, da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, com um calendário para liberação de emendas e meta de déficit zero. O texto do relator, deputado Danilo Forte (União-CE), prevê que o Executivo terá de indicar a destinação de todas as emendas ainda no primeiro semestre de 2024.Forte tirou do parecer o Sistema S, que corresponde a nove entidades – entre as quais Sesc, SESI , SENAI e Sebrae. O valor é da ordem de RS 26 bilhões. O veículo detalha que essas entidades são custeadas com contribuições parafiscais arrecadadas pelo poder público. O relator havia incluído o Sistema S em seu relatório final na Comissão Mista de Orçamento, mas retirou após acordo.CosturaValor Econômico trata sobre alternativas de presentes de Natal oriundos de iniciativas de instituições e empresas que vendem produtos cuja renda financia projetos sociais. A reportagem cita o exemplo do projeto Costurando Sonhos Brasil, criado em 2017 na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo (SP). Com a empreitada, nos últimos cinco anos, cerca de 900 mulheres passaram pelo programa de capacitação de corte e costura e receberam certificado pelo SENAI.IGP-MValor Econômico informa que commodities mais caras levaram à aceleração mensal da segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que passou de 0,61% para 0,78% entre novembro e dezembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Mesmo com taxa maior no mês, o indicador acumula queda de 3,14% em 12 meses até segunda prévia de dezembro, afirmou André Braz, economista da FGV. Caso seja confirmada previsão do especialista, seria a primeira queda anual desde 2017 (-0,52%) e a menor taxa desde Plano Real no indicador. O economista, em divulgações anteriores, observou que comparações de resultados dos Índices Gerais de Preços (IGPs) aos de períodos anteriores à estabilização, feita pelo Plano em 1994, não são recomendáveis, visto a hiperinflação no início dos anos 90.
OrçamentoPrincipais impressos, O Globo Correio Braziliense entre eles, também informam que o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ontem, definindo as bases para elaboração do Orçamento do ano que vem. A proposta orçamentária em si deve ser votada ainda neste ano, antes do recesso parlamentar, que começa na sexta-feira. O texto traz a meta de déficit fiscal zero, como indicado pelo governo, e prevê cerca de R$ 48 bilhões em emendas parlamentares, sendo R$ 37 bilhões de pagamento obrigatório.ReformaValor Econômico publica que a reforma tributária (PEC 45) aprovada na Câmara excluiu artigo que previa como parâmetro para a repartição do futuro IBS a média das receitas com o ICMS entre 2024 e 2028 – medida incluída no texto do Senado, que fez Estados elevarem a alíquota-padrão do imposto, para evitar futura perda de receita. Com a mudança, dos seis Estados do Sul e Sudeste que haviam anunciado aumento da alíquota do ICMS em novembro, dois – Espírito Santo e Rio Grande do Sul – voltaram atrás. IndultoO Globo noticia que o presidente Lula deve excluir do indulto de Natal, que prevê o perdão de pena a condenados por determinados crimes, as pessoas que foram responsabilizadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Uma proposta que será levada a ele também estabelece a retirada da lista de beneficiados aqueles que cometeram violência contra mulheres, integrantes de facções criminosas, sentenciados por atos de preconceito de raça ou cor e os alvos da Justiça por delitos ambientais.
Ontem, o Ibovespa encerrou em alta de 0,59%, aos 131.850 pontos, tocando mais uma vez sua máxima histórica de fechamento em termos nominais. O índice foi impulsionado pelo noticiário proveniente do exterior e também pela elevação da nota de crédito (rating) brasileira pela S&P. O dólar caiu 0,81% frente ao real, a R$ 4,864 na compra e a R$ 4,865 na venda. Também em queda, o euro fechou a 0,27%, a R$ 5,339 na compra e R$ 5,340 na venda.

Valor EconômicoS&P eleva rating do Brasil após reforma tributária e contribui para queda do dólarO Estado de S. PauloS&P eleva nota de crédito do País e cita reforma tributáriaFolha de S.PauloS&P eleva nota do Brasil após a reforma tributáriaO GloboAgência de risco eleva classificação do Brasil e elogia Reforma TributáriaCorreio BrazilienseOportunidades e riscos para o Brasil em 2024

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