* CEO da APRI Empreendimentos e Consultoria e consultor em Turismo e Hotelaria.
O destino turístico que deseja se tornar um destino inteligente deve levar sempre em consideração a utilização de cinco eixos essenciais: governança, inovação, tecnologia, sustentabilidade e acessibilidade. A Sociedade Estatal para Gestão de Inovação e Tecnologias Turísticas (Segittur) o órgão responsável pela condução dos Destinos Turísticos Inteligentes (DTIs) da Espanha. Conceitua-se o DTI como inovador, que utiliza sua base tecnológica para que o destino seja mais sustentável, oportunizando ao turista ter maior interatividade com o destino, para que ele seja acessível a todos.
Dentre os eixos essenciais, é necessário saliente o uso da tecnologia como um dos elementos de transformação desses destinos, visto que são as mais diversas tecnologias que podem ser empregadas como aporte de desenvolvimento, tornando-os mais informatizados, interativos e tecnológicos, fortalecendo a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
A TIC é um conjunto de dispositivos que podem ser software, hardware, telecomunicações ou outra tecnologia que gere e faça parte do tratamento de propriedades informações (CRUZ, 1997). A TIC é parte essencial no ecossistema turístico, no sentido de conectar diferentes setores, atividades ou agentes, agregando valor às experiências turísticas existentes no destino (GRETZEL et al, 2015).
A utilização de forma assertiva das TICs nos Destinos Turísticos Inteligentes os tornam mais proveitosos e inovadores, proporcionando instrumentos que proporcionem vantagens competitivas para as associações (MENDONÇA et al, 2002; BUHALIS, 2003). A tecnologia é dinâmica e apresenta oportunidades e soluções em todos os tipos de negócios, e na atividade turística não é diferente, disponibilizando canais de distribuição, produtividade mais efetiva, métodos inovadores, maior efeito, processos de gestão e desenvolvimento avançado, além de profissionalizar os destinos turísticos.
É essencial que os DTIs utilizem como TICs como suporte para esses novos turistas, geralmente que são conhecedores de novas tecnologias, acessam frequentemente plataformas de destinos, buscam informação de forma rápida e precisa, pesquisam muito antes da viagem, vivenciam e consomem durante a viagem e , por isso, desejam agilidade, praticidade e excelência na prestação dos serviços e dos produtos, porque já sabem o que fazer no destino. No pós-viagem, eles ainda compartilham tudo o que aconteceu, sendo positiva ou negativamente. Neste sentido, as tecnologias devem facilitar a viagem desse turista, tornando sua experiência no destino memorável e única.
O setor do turismo nas últimas duas décadas passou a utilizar a tecnologia como elemento essencial, seja na diversificação dos seus produtos, transformando os destinos com serviços ágeis, práticos e eficazes. Assim, permite o turista obter respostas rápidas e precisas do que deseja realizar durante sua estada no destino. Isto, beneficia tanto o destino, adequando e profissionalizando sua gestão e atuação, como otimiza o tempo e o gasto de viagem do seu visitante.
O uso de forma apropriado das tecnologias nas atividades turísticas é transformador para o destino e os visitantes. Neste sentido, deve-se estar atento às mais diversas tecnologias que são utilizadas no desenvolvimento de um DTI, porque elas são utilizadas para fins específicos, mais complementares no processo de tornar o destino mais específico, atraente, inteligente e profissionalizado.
Os destinos inteligentes constantemente a tecnologia para divulgação, interação e comunicação com os seus turistas, mantendo-os informados em tempo real de todos os momentos de sua viagem, e isso permite a tomada desse visitante, seja na continuidade programada de sua visita ou alteração de sua agenda, a partir de conteúdo a que ele tem acesso de forma atualizada e precisa.
É necessário que as informações realizadas em tempo real tenham um suporte de qualidade voltado às tecnologias e aos recursos humanos. O Invat.Tur2 (2015) afirma que um dos fatores que podem causar dificuldades nos destinos é a falta de profissionais que detenham conhecimento necessário sobre as soluções para serem empregadas, pois comum é a utilização de conceitos como computação em nuvem, big science, Internet of Things (IOT) realidade e aumentada.
Os recursos humanos em destinos inteligentes proporcionam o uso adequado das tecnologias, principalmente com foco nos serviços,
produtos locais e demanda turística. As tecnologias que podem ser utilizadas são as mais diversas como big data, data science, open data, redes sociais, mobile, chatbots, sensorização, realidade virtual, realidade aumentada, IOT, inteligência artificial, block chain, wi-fi, robótica e drone .
Existem algumas TICs essenciais para os DTIs, como Computação na Nuvem, Dados Abertos, Software de Aplicação, Web Semântica, Colaboração Coletiva, Megadados e Inteligência de Negócio (SANTOS, 2018). Essas tecnologias possibilitam a criação de interfaces que essas tecnologias integradas entre os cidadãos e os sistemas, através de fóruns de discussão, aplicativos móveis e redes sociais.
Como as tecnologias em DTIs possuem características que são expressas pela velocidade das informações; auxílio na jornada do turista antes, durante e depois da viagem; suporte na transmissão de dados; interação dos visitantes com o destino; segurança nas informações; maior intercalada turística; e uso inteligentes das tecnologias de informação.
A necessidade de interação do destino com o turista é uma simbiose que, quando utilizado as ferramentas necessárias, maximiza o lucro para as associações e o destino, permitindo contribuir com a sustentabilidade. Isso permite ao turista e ao destino se envolver através de atividades interativas, tornando o destino mais humano e atraente.