O Brasil precisa crescer, e crescer rapidamente, afirma Orlando Diniz, presidente da Federação de Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), entidade que reúne 61 sindicatos patronais, responsáveis por cerca de 2,5 milhões de empregos formais. Para isso, de acordo com ele, é necessário fortalecer a classe média e vencer o desafio da exclusão social. “Devemos simplificar e diminuir a carga tributária, que afasta os novos investimentos.
O Brasil precisa crescer, e crescer rapidamente, afirma Orlando Diniz, presidente da Federação de Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), entidade que reúne 61 sindicatos patronais, responsáveis por cerca de 2,5 milhões de empregos formais. Para isso, de acordo com ele, é necessário fortalecer a classe média e vencer o desafio da exclusão social. “Devemos simplificar e diminuir a carga tributária, que afasta os novos investimentos. Não podemos mais conviver com a falta de planejamento estratégico e temos que formatar uma visão de nação a médio e longo prazos”, diz.
Segundo Orlando Diniz, é indispensável que sejam feitas as reformas estruturais que vêm sendo adiadas e inseridos conceitos modernos de gestão na máquina pública. “Vejo a sociedade como cliente e o Estado como fornecedor. Será que o cliente está satisfeito com os serviços oferecidos? Estamos satisfeitos com a saúde, a educação, a segurança? Para o País entrar, efetivamente, na rota do crescimento sustentado, é necessária uma nova visão de Estado”, assinala, acrescentando que a pequena e a microempresa devem receber mais atenção, sob a forma de maior acesso ao crédito, redução e simplificação da carga tributária, desburocratização, promoção do associativismo e dos arranjos produtivos locais, além do incentivo para parcerias com outras entidades empresariais. “O setor terciário é fundamental e precisa de menos falação e mais ação. Gosto de sujeito, verbo e predicado”, resume
Visão de Brasil
“A estabilidade monetária foi uma grande conquista. A inflação, com a qual convivemos por décadas, era um imposto perverso que atingia a todos: o setor produtivo, os assalariados e os mais pobres. Todos perdiam. Quando olhamos para o passado, é difícil acreditar que conseguimos sobreviver a tamanho descontrole. Os ajustes efetuados fizeram bem aos nervos do público interno edos investidores externos. Mas o controle da inflação não garante crescimento. Reduz, sim, as incertezas, porque minora a volatibilidade, que atua na contramão dos investimentos. Agora a hora é outra e novas tarefas se impõem. O Brasil precisa crescer, e crescer rapidamente. Para isto, não precisamos de milagres. Precisamos fortalecer a classe média e vencer o desafio da exclusão social; devemos simplificar e diminuir a carga tributária, que afasta os novos investimentos. Não podemos mais conviver com a falta de um planejamento estratégico, temos que formatar uma visão de nação a médio e longo prazos. Definidas as prioridades estratégicas, a alocação dos recursos orçamentários é mandatária e seu cumprimento deve ser perseguido de forma sistemática e consistente. O cenário econômico mundial ainda permanece positivo, mas não se sabe até quando o céu de brigadeiro se mantém. Não podemos perder a chance do “cavalo que passa encilhado” à nossa frente”.
Visão de Estado
“Temos que repensar o tamanho do Estado. A máquina burocrática, tal como está, não garante um Estado eficiente e forte. Precisamos realizar, de uma vez por todas, as reformas estruturais que adiamos e inserir conceitos modernos de gestão na máquina pública. O Brasil precisa de oxigênio. Vejo a sociedade como cliente e o Estado como fornecedor. Será que o cliente está satisfeito com os serviços oferecidos? Estamos satisfeitos com a saúde, a educação, a segurança? Para o país poder entrar, efetivamente, na rota do crescimento sustentado, é necessária uma nova visão de Estado. A Índia e a China realizaram uma mudança drástica nos seus modelos conceituais de Estado. Suas histórias de sucesso comprovam o acerto da decisão. A roda existe; a hora é de fazê-la andar.”
Rio de Janeiro
“O Rio de Janeiro é uma cidade-estado. Trinta e oito por cento de todo o turismo externo que chega ao Brasil tem o Rio como porta de entrada, um endereço referencial. Esta cidade é um exemplo de resistência e não devemos abusar da sorte. Não vou, porém, fazer parte do coro das lamentações incessantes. Problemas existem, mas também existem soluções. Vamos atrás delas com disciplina e determinação, acredito no otimismo teimoso. Quanto ao Estado do Rio de Janeiro, uma questão primordial se impõe: definir sua vocação. Devemos ser um centro de excelência do turismo? Da saúde? Um centro financeiro? Definir a nossa vocação e trabalhar para implementá-la é uma tarefa para ontem. Outra tarefa importante é estimular o interior do estado na busca do desenvolvimento sustentável. A capital e o interior merecem a equidade do olhar atento e cuidadoso do Poder Público. É preciso eliminar o diferencial entre a cidade e o estado.
Educação
“Vamos pegar todos os adjetivos qualificativos positivos e colar na palavra educação. O mundo viveu uma revolução educacional nos últimos 50 anos. Educar é mais que transmitir a educação formal, é aprender a aprender, é aprender fazendo. No mundo moderno, a relação entre professor e aluno é alimentada com sinergia, a distância do passado foi substituída por pontes. Ambos, professor e aluno, são importantes. No Brasil, a educação precisa e pode ser melhorada, ainda convivemos com carências. Precisamos estipular metas, investir em centros de excelência e pesquisa; estimular a parceria entre o setor público e o mundo empresarial. A troca de informações entre estes dois setores deve ser a bússola para um projeto educacional brasileiro, que tenha condições de enfrentar as demandas crescentes de um mundo globalizado. Na educação tudo é importante: o fundamental, o técnico, o universitário. Mas não posso deixar de lembrar que sem um ensino básico-fundamental forte e estruturado, todas as outras áreas passam a ser um sonho de verão. O fundamental é fundamental”.
A Federação do Comércio – RJ e sua missão
“A Fecomércio é composta por 61 sindicatos patronais, que agregam milhares de empresas de médio e pequeno portes. Representamos todo o setor de comércio de bens, serviços e turismo, que responde por mais de 90% dos estabelecimentos comerciais do estado e gera cerca de 2,5 milhões de empregos formais. Nossa missão é promover e incentivar o crescimento empresarial, em harmonia com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Devemos assegurar um ambiente de negócios favorável, o fortalecimento dos sindicatos filiados e o desenvolvimento da empresa comercial. Para atender estas premissas, implementamos ações em diferentes frentes como a parlamentar, a governamental, além de trabalhos de pesquisa e mapeamento do setor em todo o estado. As pesquisasde preço, comércio e consumo viraram fonte de informação para a tomada de decisões. Temos orgulho em dizer que a Fecomércio conhece seu caminho e sabe para onde quer e pode ir.”
A Importância do Setor Terciário na Economia
“A importância do comércio de bens, serviços e turismo, ou seja, do setor terciário, na economia é hiper relevante. O setor contribui, e muito, para a geração de empregos no país e, conseqüentemente, para o crescimento econômico. O emprego é uma alavanca fundamental para o aumento de renda, maior acesso ao crédito e à inclusão social. Segundo o Ministério do Trabalho, de janeiro a setembro deste ano, somente o setor de comércio e serviços produziu 54.728 empregos formais, que correspondem a 65% dos empregos gerados no Brasil no período. Se contra fatos não se deve opor argumentos, este número responde sozinho pela importância do setor terciário na economia brasileira. Mas se queremos aumentar o poder de fogo do setor e respeitar a sua vocação de relevância – e, aliás, este é um fenômeno mundial -, precisamos dar maior atenção à pequena e microempresas, isto porque elas são 99% do cenário econômico terciário. Neste caso, atenção significa acesso ao crédito, redução e simplificação da carga tributária, desburocratização, promoção do associativismo e dos arranjos produtivos locais, além do incentivo para parcerias com outras entidades empresariais. O setor terciário é fundamental e precisa de menos falação e mais ação. Gosto de sujeito, verbo e predicado.”
O Empreendedor no Brasil
“É um dos meus temas favoritos: o indivíduo que tem a coragem de ousar e fazer. Devemos bater palmas para o empreendedor, independentemente do motivo que o faz abrir um negócio. O nosso papel é estimular a formalidade e ajudar este indivíduo a alcançar o sucesso. Uma reforma tributária, trabalhista e previdenciária ajudaria, e muito, o indivíduo que quer abrir seu próprio negócio; alias, estas reformas são fundamentais e urgentes para todos os setores da nossa economia. Outro fator importante para que uma empresa sobreviva e se desenvolva é a informação. Qualquer empresário tem que conhecer muito bem o seu mercado de consumo, as melhores técnicas de gestão, a conjuntura nacional e internacional. A informação é o pulo do gato em qualquer negócio.”