Com 90,6% de votos favoráveis, FMI dá mais poder de voto a 4 países. Brasil cai de 1,42% para 1,40%. O conselho de governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou ontem, em votação secreta, a reforma do sistema de cotas proposta pela diretoria-executiva da instituição. Do total de votos, 90,6% foram favoráveis às mudanças. Eram necessários 85%. As cotas representam o poder de decisão de cada um dos 184 países que integram o FMI. O Brasil liderou – ao lado de Argentina, Egito e Índia – movimento de oposição à reforma.
Foi derrotado e saiu enfraquecido.
Com 90,6% de votos favoráveis, FMI dá mais poder de voto a 4 países. Brasil cai de 1,42% para 1,40%. O conselho de governadores do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou ontem, em votação secreta, a reforma do sistema de cotas proposta pela diretoria-executiva da instituição. Do total de votos, 90,6% foram favoráveis às mudanças. Eram necessários 85%. As cotas representam o poder de decisão de cada um dos 184 países que integram o FMI. O Brasil liderou – ao lado de Argentina, Egito e Índia – movimento de oposição à reforma.
Foi derrotado e saiu enfraquecido. Passou a ter 1,40% do poder decisório do FMI. Antes, tinha 1,42%. Entre os vitoriosos na votação, figuram concorrentes como China, México, Coréia do Sul e Turquia.
Brasil sabia da perda
O Brasil já sabia que perderia a disputa. Com a mobilização de uma resistência à proposta, tentou garantir que a reforma do FMI, em uma segunda etapa, contemple todos os países em desenvolvimento e fortaleça a posição brasileira na instituição.
Segundo o diretor-executivo do FMI, Rodrigo de Rato, as mudanças aprovadas darão aos países emergentes mais espaço no FMI.
“A nova fórmula deve dar mais simplicidade e transparência, no sentido de refletir a posição relativa dos membros do fundo na economia mundial”, disse Rodrigo de Rato em nota oficial.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, representante (governador) do Brasil no fundo, disse que há o risco de a instituição perder sua legitimidade em decorrência da reforma. Mantega acusa o FMI de realizar uma mudança conservadora, que não se adequa à nova realidade da economia mundial porque não beneficia a maioria dos países em desenvolvimento. Já os defensores da iniciativa argumentam que esta é a maior reforma realizada desde a fundação do fundo, em 1945.
Neste primeiro momento, apenas China (3,72%), México (1,45%), Coréia do Sul (1,35%) e Turquia (0,55%) foram beneficiados. De acordo com a diretoria do FMI, esses países eram os mais sub-representados. Ou seja, suas cotas não espelhavam o tamanho de suas economias. Juntos, passaram de 5,41% para 7,07% dos votos. As cotas dos Estados Unidos, país mais poderoso dentro do FMI, também foram levemente reduzidas. De 17,40% do poder decisório, passaram a ter 17,10%. Mesmo assim, continuam soberanos.
Nova fórmula, em 2008
Como as principais aprovações no FMI só ocorrem com 85% dos votos, os projetos que não recebem o apoio dos norte-americanos estão fadados ao fracasso. A assembléia do FMI também decidiu que no ano que vem uma nova fórmula para estabelecer as cotas será fixada e implementada até 2008. Embora aprovada ontem por franca maioria, a segunda etapa da reforma, quando a nova fórmula será definida, pode não ocorrer com tanta facilidade. Há discordâncias quanto ao modelo que deve ser proposto.
O atual cálculo considera, principalmente, o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) e o nível de abertura da economia dos países. Rodrigo de Rato defende a ampliação da importância do PIB, mas a manutenção do nível de abertura ao exterior como um fator relevante. Mantega, por sua vez, quer que o tamanho do PIB e índices de menor vulnerabilidade externa ganhem peso no cálculo do poder decisório da instituição, em detrimento do nível de abertura das economias. Além disso, o Brasil quer que o PIB a ser considerado na próxima fórmula seja medido pela metodologia da Paridade do Poder de Compra (conhecido como PIB-PPP), o que reduziria a influência da taxa de câmbio no cálculo das cotas.