Após o ajuste das contas familiares nos últimos meses, a propensão ao financiamento voltou a crescer. É o que mostra o resultado de dezembro da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), cujos dados mostram-se fortemente influenciados pelas compras de Natal.
Após o ajuste das contas familiares nos últimos meses, a propensão ao financiamento voltou a crescer. É o que mostra o resultado de dezembro da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), cujos dados mostram-se fortemente influenciados pelas compras de Natal. O índice da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) aponta, além disso, que todos os indicadores de segurança de crédito caíram entre novembro e dezembro, ou seja, ao mesmo tempo em que se eleva a tendência ao crediário, reduz-se a cobertura que as famílias possuem em forma de poupança.
Em relação à evolução de cada indicador de crédito e risco acompanhado, a PRIE mostra que em dezembro 31,5% dos endividados possuíam algum tipo de aplicação e 47,9% dos não endividados tinham recursos investidos. Esses dados corroboram a hipótese de que as festas de fim de ano normalmente pressionam os gastos além da renda corrente disponível, reduzindo a poupança. Esse é um dos principais motivos para a alta sazonal de inadimplência nos primeiros meses do ano.
A pesquisa mostra que, em média, 40% dos entrevistados têm algum tipo de aplicação financeira. Isso significa que o razoável grau de cobertura a eventuais surpresas, passíveis de ameaçar o orçamento doméstico, registrado nos meses anteriores, foi reduzido em dezembro por conta das compras de Natal, conforme era esperado pela Fecomercio-SP.
Vale destacar que, para os endividados com aplicação, a poupança aparece como primeira opção, com 78% de preferência. Para os não endividados, apesar de a poupança também ser a preferida, esta apresenta taxa de escolha de 74%.
O impulso moderado na propensão a contrair novos financiamentos provocou a redução na cobertura de dívidas com base em poupança familiar. Em parte, essa tendência é atendida pelo 13º salário. Porém, nem todos os consumidores recebem tal recurso e, para muitos, o volume contabilizado é insuficiente frente ao total de gastos.
Nesse sentido, a tendência para os primeiros meses de 2013 aponta para um maior grau de risco de inadimplência, além de uma queda na taxa de poupança em geral.