Levantamento feito em 86 países pela consultoria suíça KPMG mostra que o Brasil é o 17º país que mais cobra impostos das empresas. Uma companhia instalada no país foi taxada em janeiro deste ano em 34% sobre o seu faturamento, valor idêntico ao da Venezuela e bem acima da média mundial, de 27,1%.
Mesmo considerando apenas a América Latina, as empresas brasileiras pagaram mais tributos do que as rivais da região, que são taxadas, em média, em 28,5% da receita anual. No continente, apenas Argentina e Colômbia cobraram taxa maior, 35%. No Chile, as companhias foram taxadas em 17%.
Levantamento feito em 86 países pela consultoria suíça KPMG mostra que o Brasil é o 17º país que mais cobra impostos das empresas. Uma companhia instalada no país foi taxada em janeiro deste ano em 34% sobre o seu faturamento, valor idêntico ao da Venezuela e bem acima da média mundial, de 27,1%.
Mesmo considerando apenas a América Latina, as empresas brasileiras pagaram mais tributos do que as rivais da região, que são taxadas, em média, em 28,5% da receita anual. No continente, apenas Argentina e Colômbia cobraram taxa maior, 35%. No Chile, as companhias foram taxadas em 17%.
De acordo com a KPMG, o país com menor carga tributária, são as Ilhas Cayman. No paraíso fiscal, as empresas não pagam impostos. Ela é seguida por Omã (10%), Chipre e Macau (12%) e Irlanda (12,5%). No lado oposto do ranking, estão Japão (40,7%), EUA (40%) e Alemanha (38,3%).
O estudo também afirma que baixos impostos cobrados das empresas podem dar ao país vantagem competitiva sobre os rivais e relacionam uma menor carga tributária a um crescimento acima da média.
O advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), concorda com o resultado da KPMG. Segundo ele, um estudo do IBPT apresenta resultado quase idêntico: 34,17% de carga sobre as empresas.
O levantamento mostra que, quando se trata de carga tributária, o Brasil caminha na direção contrária à dos demais países. O estudo afirma que a média mundial caiu de 38% em 1993 para 28,7% neste ano. No Brasil, a carga subiu de 25% em janeiro de 1997 (início do estudo no país) para 33% no mesmo mês de 1999. Um novo salto, de três pontos percentuais, aconteceu em 2000. Ela caiu a 34% em 2001 e, desde então, está estável.
Segundo Amaral, em 1999, ocorreram alguns aumentos de tributos, como a Contribuição Financeira para a Seguridade Social (Cofins), de 2% para 3%. No mesmo ano, o Programa de Integração Social (PIS) também passou a incidir sobre outras receitas, principalmente as financeiras.
Os aumentos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre energia e telecomunicações também contribuíram para a maior carga sobre as empresas. A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) também subiu para 0,38% (antes, era de 0,20%) a partir de 17 de junho de 1999. Mesmo com esses aumentos, Amaral considera elevado o salto de 25% para 33%.