O Brasil ocupa a última posição no ranking de competitividade elaborado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), denominado BRIC-M, que reúne também Rússia, Índia, China e México. A pesquisa leva em conta a legislação, a percepção da corrupção e o desempenho da economia, entre outros indicadores dos cinco países. A China aparece em primeiro lugar no ranking, seguida da Índia (2º) e Rússia (3º).
O Brasil ocupa a última posição no ranking de competitividade elaborado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), denominado BRIC-M, que reúne também Rússia, Índia, China e México. A pesquisa leva em conta a legislação, a percepção da corrupção e o desempenho da economia, entre outros indicadores dos cinco países. A China aparece em primeiro lugar no ranking, seguida da Índia (2º) e Rússia (3º). Brasil e México empataram no quarto lugar.
Os cinco países são considerados os principais emergentes, com potencial para impulsionar a economia mundial nas próximas décadas e ultrapassar o G-6 – formado por Estados Unidos, União Européia (UE), Japão, Austrália, Brasil e Índia – até 2050.
O desempenho insatisfatório do Brasil, compartilhado com o México, se deve aos elevados custos fiscais, institucionais e operacionais, aponta o levantamento da Amcham feito em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e divulgado ontem.
Segundo o presidente da Comissão de Estratégia e Competitividade da Amcham, e presidente do MBC, José Fernando Mattos, o Brasil melhorou apenas na comparação consigo mesmo. Esse resultado, embora positivo, não atrai investimentos da mesma forma que os demais países. “A velocidade da melhoria dos indicadores no Brasil não é suficiente para manter o país no grupo dos BRIC-M). O índice de competitividade tem relação íntima com o crescimento do PIB”, Afirmou Mattos.
No Brasil, houve piora em 14 dos 24 indicadores utilizados para avaliar a sua competitividade em relação aos demais países emergentes. Entre eles estão o risco soberano, intenção de investimentos diretos estrangeiros, transparência da política governamental, custo de energia, infra-estrutura de escoamento de mercadorias e empreendedorismo.
Apenas dois indicadores brasileiros apresentaram melhora em relação aos concorrentes: as leis trabalhistas e o funcionamento da Justiça, nos quais o Brasil passou da quinta para a quarta posição.
O estudo destaca que no caso do funcionamento da Justiça, o desempenho do Brasil não foi aprimorado por mérito próprio, mas porque a situação na Índia se agravou. Já no caso das leis trabalhistas, indicador que mede a dificuldade dos empresários para contratar e demitir funcionários, o país registrou melhora frente aos concorrentes diretos e também em relação ao restante do mundo. Apesar disso, ainda ocupa a 103ª posição no ranking global, que avalia 175 economias.
Em outros oito índices, as posições do Brasil foram mantidas de 2000 a 2006. É o caso, por exemplo, da taxa de juros real e da carga tributária – ambos em 5º lugar.
De acordo com Mattos, entretanto, para que o país tenha um desempenho melhor, são fundamentais a melhoria do ambiente institucional, o aprofundamento do processo de reformas, a redução e melhoria dos gastos públicos, a diminuição da burocracia e a redução da carga tributária. “Essas questões são fundamentais para que o país atraia mais investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros”, considerou.