Diminuiu a confiança da indústria de transformação em outubro, na comparação com o mês passado. Isso sinaliza que o ritmo de atividade está morno e não há grandes expectativas de produção e vendas para este fim de ano. Outubro é tido como o Natal da indústria, isto é, o maior período de produção e vendas.
Diminuiu a confiança da indústria de transformação em outubro, na comparação com o mês passado. Isso sinaliza que o ritmo de atividade está morno e não há grandes expectativas de produção e vendas para este fim de ano. Outubro é tido como o Natal da indústria, isto é, o maior período de produção e vendas. O Índice de Confiança da Indústria (ICI), lançado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a partir dos dados da Sondagem da Indústria de Transformação, que a partir de agora será mensal, atingiu no mês passado 107,6 pontos, com recuo de 2,2% na comparação com setembro.
“O indicador pretende sintetizar a percepção da indústria em relação ao ritmo de atividade”, diz o coordenador do Núcleo de Bancos de Dados Especiais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. O ICI foi construído a partir da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da FGV, que inclui dados sobre o nível de demanda, estoques, situação atual dos negócios, produção e emprego nos próximos três meses e as perspectivas para um período superior a seis meses.
A pesquisa, que ouviu, no mês passado, 1.051 indústrias, que, juntas, faturaram R$ 451 bilhões em 2005, mostra que houve melhora na situação presente dos negócios de setembro para outubro e deterioração das expectativas futuras. O índice de situação atual dos negócios, que era de 110,8 pontos em setembro, subiu para 110,9 pontos em outubro.
Já o índice de expectativas, que fechou setembro em 109,2 pontos, caiu para 104,3 pontos em outubro. Segundo Campelo, os resultados não foram afetados pelo cenário eleitoral, apesar da enquete ter sido feita entre os dias 2 e 27 de outubro.
Demanda
O nível de demanda global da indústria em outubro melhorou na comparação com setembro, puxado pelo consumo doméstico, destaca o economista. No mês passado, o indicador de nível de demanda atingiu 108 pontos, dois pontos acima do resultado de setembro.
De acordo com a pesquisa 19% das indústrias consultadas informaram que a demanda do mercado doméstico para seus produtos estava forte. Enquanto isso, apenas 12% das empresas ouvidas informaram que a demanda externa para os seus produtos também estava forte. “Desde maio havia uma percepção de que a demanda doméstica estava crescendo. Esse movimento se acelerou de julho para cá”, observa Campelo.
Já produção prevista para os próximos três meses piorou em outubro na comparação com setembro. No mês passado, 36% das empresas consultadas acreditavam que iriam produzir mais no último trimestre em relação ao momento atual, ante 39% em setembro.
Também esfriou, de setembro para outubro, a intenção da indústria de ampliar as contratações nos três próximos meses. Em setembro, 35% das empresas informaram que iriam contratar, índice que caiu para 28% no mês passado. Mesmo assim, esse resultado é maior do que em outubro do ano passado, quando 21% das empresas sinalizavam com contratações.
Com relação ao ímpeto de aumentar preços a preocupação diminuiu, diz Campelo. Cerca 25% das empresas informaram no mês passado que pretendem reajustar os preços no último trimestre, ante 29% em outubro de 2005. No trimestre de julho a setembro, a sondagem industrial revelou que 37% das companhias estavam dispostas a fazer majorações nas suas tabelas.