Centrais querem mínimo de R$ 420 e correção de 7,77% no IR

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As principais centrais sindicais brasileiras decidiram nesta quinta-feira que vão negociar com o governo o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 420 no próximo ano, com antecipação do pagamento para março. O reajuste, de 20%, seria maior do que o concedido no ano passado, quando o mínimo subiu de R$ 300 para R$ 350 (16,6%), uma das maiores altas da história. Em 2005, no entanto, as centrais pediram alta de 33%, de R$ 300 para R$ 400.

As principais centrais sindicais brasileiras decidiram nesta quinta-feira que vão negociar com o governo o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 420 no próximo ano, com antecipação do pagamento para março. O reajuste, de 20%, seria maior do que o concedido no ano passado, quando o mínimo subiu de R$ 300 para R$ 350 (16,6%), uma das maiores altas da história. Em 2005, no entanto, as centrais pediram alta de 33%, de R$ 300 para R$ 400. Cerca de 25 milhões de brasileiros recebem um salário mínimo por mês, entre eles 16 milhões de aposentados.


O governo sinalizou que novamente a proposta inicial das centrais não será aceita. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse em Brasília que o governo vai discutir um valor próximo ao que consta do Orçamento de 2007 enviado ao Congresso, que é de R$ 375. “O que devemos discutir com as entidades é o que está em torno da proposta orçamentária e buscar interagir da forma que fizemos o ano passado e o ano retrasado”, disse o ministro, que prevê reuniões com as centrais até o final do ano.


O relator da Comissão Mista de Orçamento, senador Waldir Raupp informou que o governo está decidido a manter o reajuste do salário mínimo para R$ 375. A variação deve ser mantida mesmo com os novos parâmetros para o orçamento de 2007, que reduziram a previsão de inflação e o crescimento do PIB. Marinho, não confirmou a informação. “Não respondo pelo relator da comissão de orçamento. Ainda não tenho as diretrizes do presidente para dizer por onde vamos trabalhar. Por enquanto, o que está na LDO é isso”, afirmou.


Reposição. Marinho também afirmou que o mínimo de R$ 375 repõe a inflação e que nos últimos anos os aumentos já levaram a uma recuperação do valor do salário, mas que entende que os sindicatos busquem agregar um ganho real a essa recomposição.


Em reunião de representantes da CUT, Força Sindical e CGT, em São Paulo, as centrais sindicais também decidiram que vão defender uma correção de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda no próximo ano. O percentual da correção, segundo as centrais, equivale à defasagem da tabela do IR em relação à inflação durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. As centrais apontaram, ainda, defasagem de 39,52% durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso.


“Para negociar o mínimo vamos realizar reuniões nos estados no dia 29 e, em 6 de dezembro, vamos nos reunir em Brasília”, disse João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário da Força Sindical.


Neste ano, no entanto, haverá uma marcha muito mais discreta do que as realizadas nos anos anteriores, sem carreatas partindo de outros Estados. Em compensação, as centrais decidiram fazer uma mobilização unificada.


O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que a reivindicação do mínimo de R$ 420 pode ser atendida pelo governo. “É preciso colocar na pauta do país o crescimento da economia e, quanto mais distribuição de renda tiver, mais a economia estará em desenvolvimento”, disse.


Lula ainda não se manifestou oficialmente sobre as duas questões, que são bastante sensíveis para a classe média (no caso do IR) e para os mais pobres (caso do salário mínimo). O presidente, entretanto, tem feito promessas de cortar gastos e aumentar investimentos. Por esse motivo, o mercado financeiro espera reajuste para o mínimo bem menor neste ano que em 2005.


O Congresso também está dividido. Senadores e deputados da Comissão Mista Especial de Salário Mínimo aprovaram ontem enviar um projeto de lei que propõe que o mínimo suba para R$ 400 a partir de março – antecipando em um mês o reajuste, que neste ano saiu em abril.


Marinho vai cobrar banco público Ana Paula Ribeiro

Da Agência Folhapress




O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vai cobrar os bancos públicos um papel mais efetivo na concessão de microcrédito para os empreendimentos da economia solidária. “É política de governo (o microcrédito) e os bancos terão que aplicá-la. Se não, para que ser banco público? Que privatizem todos então”. Esse diálogo eu vou fazer com os banco com essa dureza”, disse.


Para o ministro, os bancos públicos como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal precisam estipular uma meta para ser cumprida pelos gerentes. Além disso, acrescentou que essas instituições não podem dizer que não tem interesse de operar no microcrédito.


“Os bancos públicos têm por obrigação fazer a execução de política de governo. E isso (executar o microcrédito) é política de governo. Portanto é isso que eu vou pedir aos bancos públicos”, disse o ministro.


O programa do microcrédito, lançado por medida provisória em junho de 2003, estabelece que 2% dos depósitos em conta corrente dos bancos teriam que ser aplicados em operações de microcrédito, a uma taxa de juros máxima de 2% ao mês. O valor que eles não emprestam ficam retidos, sem possibilidade de rendimento.


Marinho avalia que não irá pedir que esses bancos tenham prejuízo com essas operações, mas ele avalia que muitas vezes a tendência é se relacionar com clientes maiores que poderão dar mais lucro a essas instituições.


“Os bancos não estão acostumados a atender esses segmentos. Aliás, ninguém estava acostumado a atender esses segmentos, que são excluídos. Nós precisamos dar um tempo (para que isso aconteça)”, avalia.




 

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