Comércio desacelera e cresce só 0,5% em outubro

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As vendas no varejo subiram 0,51% em outubro, numa taxa bem inferior à do mês anterior, quando o movimento crescera 1,81%, informou ontem o IBGE. Frente a outubro de 2005, a taxa também ficou menor: 6,95%, contra 9,98% de setembro. No ano, as vendas acumulam alta de 5,94% e, nos últimos 12 meses, de 5,75%.

As vendas no varejo subiram 0,51% em outubro, numa taxa bem inferior à do mês anterior, quando o movimento crescera 1,81%, informou ontem o IBGE. Frente a outubro de 2005, a taxa também ficou menor: 6,95%, contra 9,98% de setembro. No ano, as vendas acumulam alta de 5,94% e, nos últimos 12 meses, de 5,75%. Nilo Lopes de Macedo, técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do instituto, acredita que houve um pico de vendas em setembro, explicado pela antecipação do pagamento do décimo terceiro para aposentados e pensionistas:


Era natural que houvesse uma desaceleração em outubro, diante da alta expressiva de setembro. O ritmo voltou ao mesmo de agosto – explicou Macedo.


Informalidade por trás da queda no vestuário


Dois setores, porém, tiveram comportamento diferente dos demais. Houve queda de 0,96% no movimento do ramo de tecidos, vestuário e calçados, na comparação com setembro, e de 2,93%, contra outubro de 2005. Macedo acredita que a informalidade explique esse recuo nas vendas. A importação de tecidos estaria abastecendo pequenas confecções e revendas em situação irregular:


Mas não conseguimos captar isso na nossa pesquisa. Todos os setores estão indo bem. Portanto, não haveria motivo para esse ramo, tão perto do Natal, ter queda.


Outro setor que destoou foi o de combustíveis e lubrificantes. O corte nas vendas foi de 0,56% frente a setembro e de 5,71% contra outubro. O preço alto da gasolina, com a substituição por outros combustíveis mais baratos, como álcool e gás natural, explica a queda do faturamento real.


Com a melhoria da renda do trabalhador e do emprego, os super e hipermercados lideraram o ranking de alta frente a setembro. As vendas subiram 0,75%. Os móveis e eletrodomésticos apresentaram a maior variação contra outubro de 2005: 18,1%.


O arrefecimento das taxas do comércio em geral em meados do ano (entre junho e julho houve redução), que parecia refletir o esgotamento da capacidade de endividamento do consumidor, não se confirmou no segundo semestre – disse Macedo.


Ele lembra que, no segundo semestre, a taxa de juros caiu mais rapidamente e está havendo renegociação de dívidas. Outro fator a aumentar o consumo foi a inflação baixa. Preços menores aumentam as vendas e preservam os salários, diz Macedo.


O indicador do varejo ampliado, que reúne material de construção e veículos, motos e partes e peças, subiu 17,71% em outubro frente a 2005.

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