Consumidores das classes D e E são 22% dos inadimplentes

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São as classes de menor renda que formam o maior grupo de endividados hoje. A expansão da inadimplência -reflexo do crescimento no crédito- “turbinou” a parcela desses consumidores com débitos em aberto.


Pesquisa mostra que as classes D e E respondem por 22% do total de inadimplentes no país.

São as classes de menor renda que formam o maior grupo de endividados hoje. A expansão da inadimplência -reflexo do crescimento no crédito- “turbinou” a parcela desses consumidores com débitos em aberto.


Pesquisa mostra que as classes D e E respondem por 22% do total de inadimplentes no país. Já aquele comprador que está na ponta da pirâmide (classe A) equivale a 4% do volume de clientes no vermelho.


A importância do dado -inédito, já que é a primeira vez que foi coletado pela Telecheque- está no fato de ele questionar uma teoria comum no mercado varejista.

“Não existe essa lenda de que o consumidor mais pobre é tão preocupado com o nome que evita ao máximo atrasar as contas. Se a renda não acompanha o nível de consumo, ele vai dever mais mesmo”, diz José Antônio Praxedes Neto, vice-presidente da Telecheque, empresa de avaliação de crédito.


Segundo o levantamento, o grupo de consumidores que recebe mais de R$ 3.500 ao mês (renda individual) equivale a 4% dos devedores e aqueles que recebem entre R$ 350 e R$ 700 mensais, correspondem a 22%.


Os trabalhadores com rendimento acima disso -de R$ 700 a R$ 1.050- são 21% dos devedores.


Dois fatores explicam esse desequilíbrio: 1) a resistência do varejo em reduzir os juros cobrados (mesmo com redução na taxa básica, a Selic); 2) a forte expansão no crédito -sem uma elevação considerável no rendimento real do trabalhador. As principais redes de varejo do país não mexem nas taxas desde 2005 -elas apenas ampliaram o prazo de pagamento.


“Isso não resolve. As pessoas continuam comprando em seis, oito parcelas. Ampliar o prazo não reduz o calote”, diz Praxedes Neto.


A principal causa da inadimplência para 42% dos entrevistados -de um total de 988 pessoas- é o descontrole nos gastos. O fato de o cliente ter esquecido o dia do vencimento também entra na porcentagem. Em março, outro estudo, da Associação Comercial de São Paulo, mostrava que o problema maior era o desemprego. “O consumidor aproveitou a expansão no crédito, foi ao pote com muita sede e se lambuzou. Agora, vai ter de agir com mais responsabilidade”, diz Praxedes Neto.


 

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