Crescimento econômico (A Gazeta, 06/06/2005)

Compartilhe:

Antonio Oliveira Santos

Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo


Uma das razões mais evidentes para estagnação da economia brasileira, nos últimos dez anos, foi, sem dúvida, a queda na taxa de investimentos, resultado do quadro de incertezas políticas e da asfixiante carga tributária.


Quando o investidor privado não acredita no futuro e não vê perspectiva favorável ao crescimento econômico, ele não investe.

Antonio Oliveira Santos

Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo


Uma das razões mais evidentes para estagnação da economia brasileira, nos últimos dez anos, foi, sem dúvida, a queda na taxa de investimentos, resultado do quadro de incertezas políticas e da asfixiante carga tributária.


Quando o investidor privado não acredita no futuro e não vê perspectiva favorável ao crescimento econômico, ele não investe. Com isso, mantém a economia estagnada, gerando um circulo vicioso, em que, não havendo investimento, não há criação de emprego, não há demanda. Logo, as perspectivas permanecem negativas.


Essa situação que manteve a economia brasileira estagnada, durante quase toda a década dos anos oitenta e dos anos 90, começou a mudar com a expansão econômica de 2004, devido a dois fatores básicos: o crescimento das exportações e a expansão do crédito interno. 


Ao que tudo indica, o atual Governo está adotando a estratégia, de expandir a demanda através do crédito privado, uma vez que o Orçamento da União não tem margem para investimentos em infra-estrutura.  Admitindo que essa expansão está baseada na capacidade ociosa para emprestar, é lógico que tal forma de financiamento do crescimento econômico tende a se esgotar. Entretanto, quando isso acontecer, é muito provável que o processo posto em marcha pelo Governo já tenha contagiado o setor privado, criando novos investimentos e aumentando o emprego da mão-de-obra, que vão gerar demanda e dar continuidade ao crescimento econômico. Nessa segunda fase, a recuperação econômica estará sendo impulsionada pelas exportações que, nos últimos doze meses ultrapassou a barreira dos US$ 100 bilhões. O PIB nacional cresceu 5,2% em 2004 e, se houver continuidade na expansão das exportações e dos investimentos, poderá crescer acima de 4% em 2005. 


São muitos os obstáculos que se opõem ao crescimento econômico. Mas uma coisa é certa: se o Governo fizer a sua parte, a resposta do setor privado será imediata, comprovando a capacidade criativa do empresariado nacional.


Publicado no jornal A Gazeta de 06/06/2005.

Leia mais

Rolar para cima