Efeito câmbio é a trava da expansão

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Os setores mais prejudicados pelo efeito câmbio e pela concorrência dos importados são aqueles que também estão puxando para baixo a produção industrial no acumulado do ano, como calçados (-5,75% no ano), vestuário (-5,3%) e madeira (-7,2%). A afirmação é do coordenador de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales.


Segundo Sales, ‘o fato de a média de crescimento estar em menos de 3% resulta de comportamento bastante heterogêneos entre os setores’.

Os setores mais prejudicados pelo efeito câmbio e pela concorrência dos importados são aqueles que também estão puxando para baixo a produção industrial no acumulado do ano, como calçados (-5,75% no ano), vestuário (-5,3%) e madeira (-7,2%). A afirmação é do coordenador de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales.


Segundo Sales, ‘o fato de a média de crescimento estar em menos de 3% resulta de comportamento bastante heterogêneos entre os setores’. Para o economista-chefe do Instituto de Desenvolvimento de Estudos Industriais (Iedi), Edgard Pereira, ‘o comportamento da indústria na média é muito fraco e muito diferente setorialmente’.


Os bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis), por sua vez, beneficiaram-se em outubro da conjunção de fatores como crédito farto, crescimento das encomendas do comércio à indústria por causa do fim do ano e aumento da renda. A produção desses bens cresceu 3,2% em relação a setembro e 12% ante outubro de 2005.


A expansão em relação a outubro do ano passado foi puxada especialmente por automóveis (13,6%) e eletrodomésticos (10%). No caso dos eletrodomésticos, o destaque foi o crescimento dos produtos da chamada linha branca (20,3%), como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, que acumulam de janeiro a outubro alta de 12,2%.


Porém, nem mesmo os duráveis conseguiram ficar imunes à concorrência dos importados. Na linha marrom (televisores, vídeo e som) houve queda na produção de 3,5% no período, que Sales atribui ao crescimento forte que a venda de TVs teve até a metade do ano, com a Copa do Mundo, e agora pode estar em acomodação e, ainda, à concorrência das importações. Mesmo com as quedas nos últimos dois meses, esses produtos de linha marrom acumulam aumento na produção de 14% de janeiro a outubro.


Apesar da expansão medíocre, houve boas notícias na indústria em outubro. O índice de difusão – que mede o ‘espalhamento’ do crescimento da produção industrial, com foco nos dados de comparação com o mesmo mês do ano anterior – chegou a 63% e mostrou o melhor resultado desde dezembro de 2004 (64%). Em setembro deste ano, havia sido de 52%. Em dezembro de 2004, chegou a 64%.


Sales acredita que as perspectivas são boas para os próximos meses. Segundo ele, o bom desempenho das vendas reais, divulgado anteontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pode ser um sinal de que o setor não está acumulando estoques.

 


 


 

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