As diretrizes da política externa brasileira foram avaliadas de forma positiva pelos convidados do “Expressão Nacional”, programa exibido na terça-feira (24) pela TV Câmara. “O Brasil fez a opção certa ao ampliar as relações multilaterais e ao priorizar a cooperação com outros países em desenvolvimento”, avaliou o professor titular do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Eduardo Viola.
As diretrizes da política externa brasileira foram avaliadas de forma positiva pelos convidados do “Expressão Nacional”, programa exibido na terça-feira (24) pela TV Câmara. “O Brasil fez a opção certa ao ampliar as relações multilaterais e ao priorizar a cooperação com outros países em desenvolvimento”, avaliou o professor titular do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Eduardo Viola. Segundo ele, a aproximação com a América Latina, a África, a Ásia e o Oriente Médio é fundamental para aumentar a inserção do Brasil no cenário internacional.
A cooperação entre os países em desenvolvimento – do chamado eixo Sul-Sul – de acordo com o oficial do Programa do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) Elizeu Chaves, é uma tendência atual das relações diplomáticas. “O grande mérito do governo brasileiro foi aderir a essa tendência de forma estratégica, o que viabilizou acordos comerciais e de cooperação técnica de grande relevância para o País”, frisou.
Mercosul
As relações do Brasil com os demais países do Mercosul também foram abordadas no debate. Todos os convidados concordaram que a revitalização do bloco sul-americano é fundamental para fortalecer a liderança brasileira.
Na avaliação de Eduardo Viola, foi um equívoco considerar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) incompatível com os interesses do Mercosul. “Nada garante que a Alca atrapalha os avanços do Mercosul, até porque o êxito da política externa de um país não se limita ao sucesso de negociações comerciais”, frisou.
Bolívia
Em relação à crise da Petrobras com a Bolívia provocada pela nacionalização da produção de gás, na visão dos convidados a postura cautelosa do governo brasileiro foi adequada. “O Brasil fez bem ao reagir de forma ponderada e não dramatizar o problema”, afirmou Samy Adghirni, jornalista da editoria de assuntos internacionais do Correio Braziliense. Segundo ele, a política externa é indissociável dos princípios que regem a política interna de um país. “Portanto, a reação não poderia ser agressiva ou impulsiva”, frisou.
De acordo com o representante do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Átila Roque, “o problema revela mais a fragilidade da política externa boliviana do que das autoridades brasileiras”. A atitude cautelosa, na avaliação dele, mostra a maturidade da diplomacia brasileira. (Agência Câmara, 25 de outubro de 2006)