O Rio de Janeiro apresentou indicadores sócio-econômicos superiores à média nacional e à maioria dos estados brasileiros no período 1997/2006. Segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janeiro, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o PIB per capita fluminense avançou 10,7% entre 1997 e 2003 – chegando a R$ 14.700 – enquanto a média nacional permaneceu inalterada (em torno de R$ 10 mil). O Rio ultrapassou São Paulo e ficou na segunda posição nacional no indicador desde 2002.
O Rio de Janeiro apresentou indicadores sócio-econômicos superiores à média nacional e à maioria dos estados brasileiros no período 1997/2006. Segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janeiro, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o PIB per capita fluminense avançou 10,7% entre 1997 e 2003 – chegando a R$ 14.700 – enquanto a média nacional permaneceu inalterada (em torno de R$ 10 mil). O Rio ultrapassou São Paulo e ficou na segunda posição nacional no indicador desde 2002.
O diagnóstico é semelhante em relação à renda domiciliar, emprego, desempenho das exportações e da indústria, puxada pelo crescimento do setor petrolífero. A agricultura foi o único setor em que foi detectada estagnação. Na avaliação de Fernando Blumenschein, responsável pelo trabalho, não há nada que confirme o propalado esvaziamento econômico do Estado nesse período.
“O Rio passou por mudanças estruturais nos últimos anos, mas se olharmos os chamados indicadores cardinais da economia eles não permitem concluir que houve decadência da situação sócio-econômica do estado. Pelo contrário, a performance relativa ao Brasil e outros estados mostra que houve um desempenho bastante significativo, principalmente em relação ao Sul e Sudeste”, analisa Blumenschein.
O estudo abrangeu onze áreas: economia, indústria, agricultura e pecuária, social, educação, saúde, habilitação, infra-estrutura, saneamento, transporte, segurança e sistema judiciário. As comparações são feitas a partir de dados de bases oficiais de esfera federal, municipal e estadual, como pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Blumenschein a idéia da pesquisa foi atender a uma demanda do setor industrial, fornecendo dados para fundamentar decisões de investimento no estado.
Com base na Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE, por exemplo, o estudo mostra que o valor da transformação industrial total (valor bruto da produção, descontados os custos com operações industriais) do estado foi superior à média nacional nos dois períodos de pico do crescimento industrial: de 1998 a 2000 e de 2002 a 2004. Entre 1997 e 2004 o crescimento foi de 112% no Rio contra 65,5% na média nacional.
O desempenho do Rio também é positivo nos empregos. De 1997 a 2001, o índice de desemprego no país era 2,2% maior quando comparado ao dos municípios fluminenses. De 2002 até 2005, a diferença subiu para 2,6%. No ano passado, o desemprego no Estado alcançou 7,7% e no restante do Brasil, 9,8%.
As exportações fluminenses, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) quintuplicaram entre 1997 e 2005, passando de US$ 1,7 bilhão a US$ 8,2 bilhões. Os números correspondem a um crescimento concentrado de 372,3%. Mesmo excluída a participação das exportações de petróleo, essa alta chega a 183%, contra 123,3% da média do País.
Interior amplia parcela no PIB
O trabalho da FGV destacou o aumento da participação dos municípios do interior na formação do PIB fluminense a partir de 1997. Enquanto a capital teve uma redução de 15,7% em seu PIB entre 1997 e 2005, o interior cresceu 108,1% no período. No ano passado esses municípios foram responsáveis por 57,9% do PIB do Estado, contra 42,1% da capital. Em 1997, a cidade do Rio gerava 64,2% da riqueza do estado.
Essa reversão está diretamente ligada ao crescimento da indústria extrativa (petróleo) que se concentra em municípios do interior como Rio das Ostras e Macaé, beneficiados pelos royalties do petróleo. O valor da transformação industrial dessa indústria cresceu 506,1% entre 1997 e 2004, contra 269,6% da indústria extrativa brasileira de forma agregada.
O desenvolvimento de pólos industriais como o de lingerie em Friburgo e o de tecnologia em Petrópolis também podem ter influenciado a economia do interior. A renda domiciliar per capita da população interiorana – que cresceu a uma taxa média de 1,8% ao ano – foi valorizada em 25,2% no período (de R$ 493,90 para R$ 550,90). Já a população da Região Metropolitana cresceu 1,2% ao ano e teve sua renda reduzida em 4,8% em termos reais (de R$ 793,40 para R$ 755,60).
Faturamento do comércio fechará o ano em alta de 2%
O comércio de bens, serviços e turismo do Rio deverá fechar o ano de 2006 com alta de 2% no faturamento, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). É o quarto ano consecutivo de elevação. A entidade estima que em 2007, o percentual continue crescente e que os entraves para o desenvolvimento sejam cada vez menores.
As lojas de departamento, supermercados e hipermercados e concessionária de veículos registraram os melhores resultados. Na outra ponta da tabela ficaram as de móveis e decorações, vestuário e calçados – embora não possuam histórico de desaceleração, principalmente pela concentração econômica e pelo crédito que, na maioria dos casos, não chega a atender o pequeno e o micro empresário.
Segundo a Fecomércio-RJ, as lojas de departamento repetirão o bom desempenho de 2005, encerrando este ano no mesmo patamar de crescimento: 4%. Os supermercados e hipermercados não avançaram muito em 2006, o que era esperado, uma vez que o setor cresceu 5,2% no ano passado.
Por conta dessa base forte de comparação, o avanço deverá ser de 4%. Já as concessionárias de veículos foram beneficiadas pela expansão do crédito e pelo aumento do prazo de carência, o que permitirá ao setor crescer 3% este ano ante o resultado de 2,4% de 2005.