IBGE: produção aumenta em nove de 14 regiões pesquisadas

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Nove das 14 regiões metropolitanas mais importantes do País tiveram aumento da produção industrial em julho deste ano, em relação ao mês anterior. Destas, oito ficaram acima da média nacional, de 0,6%, já com ajustes sazonais. Na comparação com julho de 2005, dez regiões registraram crescimento, cinco delas acima da média nacional, de 3,2% nesta base de comparação. O resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) regional foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nove das 14 regiões metropolitanas mais importantes do País tiveram aumento da produção industrial em julho deste ano, em relação ao mês anterior. Destas, oito ficaram acima da média nacional, de 0,6%, já com ajustes sazonais. Na comparação com julho de 2005, dez regiões registraram crescimento, cinco delas acima da média nacional, de 3,2% nesta base de comparação. O resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) regional foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Amazonas, Ceará e Rio Grande do Sul apresentaram os maiores índices de aumento da produção na comparação com junho, com taxas de 3,3%, 2,2% e 2,1%, respectivamente. São Paulo, Região Nordeste, Rio de Janeiro, Goiás, Pará e Minas Gerais também tiveram crescimento nesta base de comparação. Os resultados negativos foram registrados em Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Espírito Santo e Bahia.


Aceleração

“Os resultados indicam que o ritmo de crescimento industrial do Brasil vem acelerando. No acumulado dos últimos 12 meses, que é um indicador mais confiável de tendências, o ganho de ritmo foi observado em nove das 14 cidades pesquisadas”, avalia a economista da Coordenação de Indústria da Diretoria de Pesquisas do IBGE, Fernanda Vilhena. Na comparação com julho de 2005, Pará, Espírito Santo e Ceará registraram os maiores índices de crescimento, de 22,8%, 18,5% e 13,1%, respectivamente. Também acima da média nacional, as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram taxas de 5% e 4,8%, nesta ordem. Mesmo abaixo da média nacional, as regiões de Santa Catarina, Região Nordeste, Pernambuco, Minas Gerais e Goiás também tiveram crescimento industrial. A retração ocorreu nas regiões de Rio Grande do Sul, Bahia, Amazonas e Paraná.

Para o Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi), os dados do IBGE mostram que a tendência de crescimento quase generalizado da indústria observada no primeiro semestre, em termos regionais, teve continuidade em julho nas diversas bases de comparação. Em relatório divulgado ontem, a entidade destacou o crescimento da indústria de São Paulo, que reponde por 40% do parque industrial do país e apresentou resultados acima da média em todas as bases de comparação. Segundo o Iedi, o resultado do PIM regional superou previsões da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No resultado acumulado do ano, a produção industrial cresceu 2,7%. Os melhores resultados ocorreram em São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais, principalmente pelo aumento da exportação de commodities, como gêneros alimentares e minério de ferro. Em sentido contrário, os três estados da região Sul e o Amazonas tiveram resultados negativos.

Em 12 meses

O crescimento industrial acumulado nos últimos 12 meses passou de 2% em junho para 2,2% em julho, o que, segundo o IBGE, indica a manutenção do ritmo de crescimento industrial do Brasil. O ganho de ritmo foi observado em nove das 14 cidades pesquisadas, e os maiores índices foram registrados no Espírito Santo e no Pará. Amazonas teve a maior perda nesta base de comparação.

Na comparação com julho de 2005, veículos e alimentos foram os destaques da produção paulista; enquanto o Rio teve crescimento nas áreas de refino, alimentação e metalurgia. No Pará, a atividade que exerceu maior influência foi a extração mineral, principalmente do minério de ferro. A atividade petrolífera impulsionou a indústria capixaba, e a os setores têxtil, alimentar e de bebidas foram os principais responsáveis pelo crescimento da indústria cearense.

Os piores resultados na comparação com julho de 2005 foram dos estados do Rio Grande do Sul, Bahia e Amazonas. No primeiro caso, o mau desempenho veio da indústria de máquinas e equipamentos para colheita e do refino do petróleo. Na Bahia, o refino foi o principal responsável pela queda da produção industrial. Já no Amazonas, o resultado é fruto da redução da produção de telefones celulares, devido à queda da demanda internacional em relação ao ano passado.

Nível de emprego em SP registra a 1a queda do ano

O nível de emprego na indústria paulista registrou em agosto a primeira queda do ano. A redução foi de 0,26%, com o fechamento de 5 mil postos de trabalho. Juros altos, câmbio valorizado, aumento das importações e queda nas exportações são os motivos apontados. Os dados foram divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Para a entidade, a queda era temida, pois os dois meses anteriores registraram desempenho considerado nulo. Em junho, o setor gerou 500 vagas (alta de 0,02%). Em julho, foram 2 mil (0,07%). Nos primeiros oito meses deste ano, o setor gerou 72 mil vagas, alta de 3,46%. Apesar de a entidade esperar alguma recuperação em setembro, os três últimos meses do ano devem registrar novas quedas. A Fiesp revisou de 2% para 1% a projeção de crescimento no ano.

Paulo Francini, diretor do departamento de pesquisas e estudos da Fiesp, disse que o resultado reflete o desempenho da atividade industrial. “O desempenho inaugura uma fase negativa que, normalmente, não começa nesta época, mas a partir de outubro.” Para ele, a desaceleração nas exportações de alguns setores, provocada pela valorização do real, é um dos motivos para a queda nos empregos, além dos juros considerados altos.

O aumento das importações também foi apontado por Francini como causa para a queda de empregos . “As importações reduzem a produção doméstica em setores que carregam mais mão-de-obra.” O nível de atividade da indústria de transformação de São Paulo caiu 0,3%% em julho ante junho, com ajuste sazonal, que elimina as características específicas de cada mês. No ano, o crescimento é de 3%.

Outro sinal negativo foi a expansão do PIB de 0,5% no segundo trimestre. Para a Fiesp, a alta do PIB não chegará a 3% em 2006, e a do PIB industrial deverá ficar em 2%.


Dos 21 setores pesquisados, 14 apontaram desempenho negativo para o emprego no mês passado, seis, resultado positivo, e um ficou estável. Os setores que mais reduziram vagas em agosto foram: fabricação de móveis e indústrias diversas, com queda de 2,07%; fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações (-1,62%); e fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool (-1,36%).

Em contrapartida, os setores que mais cresceram foram fabricação de máquinas para escritórios e equipamentos de informática, com alta de 5,48%; e fabricação de produtos de minerais não-metálicos (1,56%).

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