O crescimento da renda e do emprego formal e a redução da inflação foram os principais responsáveis pela queda de 5,1% na taxa de inadimplência da pessoa física em agosto deste ano, em relação ao mês anterior. Dívidas com cartão de crédito e com financeiras tiveram a maior influência na composição do índice, de acordo com o Indicador da Serasa divulgado ontem. Em relação a agosto do ano passado, houve aumento de 5,6%.
O crescimento da renda e do emprego formal e a redução da inflação foram os principais responsáveis pela queda de 5,1% na taxa de inadimplência da pessoa física em agosto deste ano, em relação ao mês anterior. Dívidas com cartão de crédito e com financeiras tiveram a maior influência na composição do índice, de acordo com o Indicador da Serasa divulgado ontem. Em relação a agosto do ano passado, houve aumento de 5,6%. No acumulado do ano, houve alta de 14,2%, taxa menor que a registrada na comparação de 2005 com 2004, o que, segundo a empresa de análise de crédito, indica desaceleração do ritmo de crescimento da inadimplência.
As dívidas com cartão de crédito e financeiras representaram 33,6% do total, percentual inferior ao de 2005, porém com o valor médio mais baixo: R$ 308,44. Em segundo lugar, vieram as dívidas com bancos, com 31,9% e valor médio de R$ 1.107,38. A terceira maior participação foi dos cheques sem fundos, com 31,6% e valor médio de R$ 574,61. Por último, os títulos protestados tiveram valor médio de R$ 787,88 e participação de 2,9% no total.
Esfriamento
“Em todas as bases de comparação, houve redução do ritmo de crescimento da inadimplência do consumidor. O fato também pode ser explicado pelo relativo esfriamento da atividade econômica, dada a pequena evolução do PIB, o que fez com que o crédito crescesse em ritmo também menor. Nesse cenário, o brasileiro tem preferido quitar dívidas já existentes antes de assumir novos débitos, já pensando no Dia das Crianças e no Natal, datas de grande movimentação no comércio”, avalia o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida.
O valor médio das anotações de cheques sem fundos nos oito primeiros meses deste ano aumentou 8,4% na comparação com igual período de 2005. As dívidas relativas a títulos protestados foram 6,2% maiores este ano e o valor das dívidas com bancos registrou alta de 7,1%. O maior crescimento foi registrado no valor médio das dívidas com cartões de créditos e com financeiras, que foi 18,2% maior que no ano passado.
Reajustes salariais de categorias como bancários e metalúrgicos, e o pagamento do 13º salário devem contribuir para que as taxas de inadimplência dos próximos meses oscilem pouco e se mantenham no mesmo patamar que o atual, segundo o assessor econômico da Serasa. As promoções no varejo previstas para o Dia das Crianças devem alavancar o crédito, indicando maior consumo também nas compras de Natal.
Cadastro positivo
Almeida disse que a nova metodologia do cadastro positivo, ainda sem data definida para ser adotada, deve auxiliar ainda mais a redução da inadimplência. Atualmente, a liberação do crédito é feita pelo cadastro negativo, ou seja, são avaliadas as ocorrências de não pagamento de débitos, o que produz juros mais altos pelo risco representado pelo mau pagador. O novo método, já utilizado em países mais desenvolvidos como os Estados Unidos, avalia as vezes em que o consumidor honrou seus compromissos e avalia o risco representado por cada um individualmente.
“Assim, cada um responde no mercado de crédito pelo risco que efetivamente representa, sem ter que arcar com o risco de um mau pagador. Como a maioria dos consumidores paga suas dívidas, a tendência é que os juros caiam”, afirma Almeida, lembrando que a Serasa já tem o programa de implantação do novo modelo e que o Banco Central e o Ministério da Fazenda devem se pronunciar sobre o assunto até outubro.