Depois do fraco desempenho do segundo trimestre, a indústria de transformação registrou uma retomada da atividade no terceiro trimestre. Os dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as vendas reais cresceram 1,90% e as horas trabalhadas na produção subiram 1,51% em relação ao trimestre anterior, descontados os efeitos sazonais.
Depois do fraco desempenho do segundo trimestre, a indústria de transformação registrou uma retomada da atividade no terceiro trimestre. Os dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as vendas reais cresceram 1,90% e as horas trabalhadas na produção subiram 1,51% em relação ao trimestre anterior, descontados os efeitos sazonais. A boa notícia, segundo o economista da CNI Paulo Mol, é que a utilização da capacidade instalada das empresas não foi afetada, o que afasta riscos de restrição da oferta de produtos e uma eventual pressão inflacionária.
‘Isso indica que houve maturação de investimentos que aumentaram a produtividade das empresas’, avaliou Mol. A utilização da capacidade instalada ficou em 81,8% no terceiro trimestre, depois de ter se mantido em 81,6% por três trimestres consecutivos.
Para a CNI, a intensificação da atividade industrial vai se manter no quarto trimestre. ‘O fim de ano estará melhor do que a média do ano’, afirmou Mol. Ele destacou, no entanto, que o crescimento ainda será moderado quando comparado com um período de forte expansão, como 2004. ‘Mas existe um movimento de crescimento em curso’, disse.
A recuperação do terceiro trimestre melhorou os indicadores da indústria, mas não foi suficiente para delinear uma situação de expansão mais robusta no acumulado do ano. Tanto assim que, de janeiro a setembro, as vendas reais registraram alta de apenas 0,38% na comparação com o mesmo período do ano passado. As horas trabalhadas na produção subiram 1,05%. Melhor desempenho teve o indicador do emprego gerado, que cresceu 1,73%.
Embora o terceiro trimestre deste ano tenha sido o quarto período consecutivo de expansão nas vendas, Mol destacou que, no período, o ritmo de crescimento foi mais de duas vezes superior ao verificado no segundo trimestre, quando a evolução foi de 0,87% ante o primeiro trimestre. Segundo ele, a recuperação nas vendas poderia ter sido maior, não fosse a valorização do real ter limitado o faturamento das empresas exportadoras. O indicador de vendas reais mostra o comportamento do faturamento das empresas.
O emprego industrial teve alta de 0,72% em relação ao segundo trimestre. Segundo o economista, o indicador é a grande surpresa do ano, porque cresceu em 8 dos 9 primeiros meses de 2006. O emprego industrial vem se expandindo a uma taxa média de 0,9% ao trimestre, ritmo que se aproxima de períodos de forte crescimento econômico.
Mol alertou, no entanto, que o bom desempenho dos indicadores industriais não é uma radiografia da indústria como um todo. Enquanto vários setores têm apresentado crescimento, outros vêm registrando queda nos indicadores. O gerente-executivo da área de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, disse que os setores afetados pelo real valorizado enfrentam problemas de competitividade, além do fato de o crescimento da atividade industrial ainda não ter alcançado o segmento de pequenas e médias empresas.