Menos empregos formais em outubro

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O mercado de trabalho com carteira assinada registrou em outubro a abertura de 129.795 novas vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta quinta-feira. O número é menor que o de setembro, quando foram criadas 176.735, mas representa o segundo melhor resultado da história para o mês e próximo do recorde alcançado em 2004, quando foram criados 130.159 postos de trabalho formais.

O mercado de trabalho com carteira assinada registrou em outubro a abertura de 129.795 novas vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado nesta quinta-feira. O número é menor que o de setembro, quando foram criadas 176.735, mas representa o segundo melhor resultado da história para o mês e próximo do recorde alcançado em 2004, quando foram criados 130.159 postos de trabalho formais. A queda deve se repetir em novembro, porque, sazonalmente, nos três últimos meses do ano a oferta de vagas se reduz devido ao ajuste que as empresas começam a fazer em seu quadro de pessoal. Tradicionalmente, o mês de dezembro tem um resultado negativo no Caged.


Em relação a outubro do ano passado, houve crescimento de 9,8%, já que naquele mês foram criados 118,1 mil novos postos formais. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a melhora no saldo do mês passado em relação a outubro de 2005 ao aumento do consumo interno.”Não há milagre para gerar empregos: tem que haver crescimento econômico e aumento de consumo. É isso que determina a produção”, afirmou Marinho, acrescentando que em novembro a geração de novos empregos deverá, de novo, superar o número registrado em igual mês de 2005.


De janeiro a outubro, o saldo positivo de novos postos formais está em 1,513 milhão, ante 1,526 milhão em igual período do ano passado, uma redução de 0,87%. Marinho manteve a aposta de que no total o ano de 2006 tenha resultado igual ao de 2005 na geração de empregos: 1,25 milhão. Entre janeiro de 2003 – início do primeiro mandato do governo Lula – e outubro deste ano, foram criados 4,93 milhões de novos postos formais de trabalho, segundo o Caged, menos da metade dos 10 milhões prometidos na campanha da primeira eleição.


Entre as áreas que admitiram mais do que demitiram no mês passado, tiveram destaque serviços (55,7 mil), comércio (55,6 mil) e indústria (45,8 mil). Mais uma vez, apenas a agricultura foi o setor que demitiu mais do que contratou (29,2 mil postos a menos), comportamento atribuído ao período de entressafra na Região Centro-Sul, especialmente Minas Gerais.


Nos dez meses deste ano, Marinho apontou a construção civil, que acumula a criação de 132,1 mil vagas de empregos com carteira assinada, como o grande destaque porque esse é o melhor desempenho para períodos semelhantes desde o início da série do Caged. “Esse resultado está refletindo a adoção de medidas de incentivo ao setor que dão, principalmente, maior previsibilidade de crédito às empresas no ano que vem e permite que elas façam investimentos”, disse o ministro, referindo-se à desoneração de materiais de construção civil e liberação de recursos mais baratos para o setor em 2007. setores. De janeiro a outubro, também se destacaram na acumulação de novas vagas os setores de serviços (551,9 mil), indústria (392,4 mil) e comércio (231,9 mil). São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro foram os Estados que mostraram maior expansão de empregos formais.


Os dados do Caged diferem das pesquisas de empregados e desempregados do Instituto Brasileiro de Geobrafia e Estatística (IBGE) porque trata-se de um cadastro mensal que registra as contratações e as demissões feitas pelas empresas de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora desta estatística, portanto, o setor público e os empregados domésticos. O IBGE pesquisa quem está ocupado, inclusive nos setor informal, ou desocupado e procurando emprego.


Desemprego estável e renda em alta


A taxa de desemprego ficou praticamente inalterada em outubro (9,8%) em relação a setembro (10%), mas chegou ao menor nível apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde janeiro. Por outro lado, o rendimento médio real do trabalhador em outubro foi de R$ 1.046,50, um avanço de 1,2% na comparação com o mês anterior. Já em relação a setembro de 2005, o aumento foi de 5,4%.


Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), avalia que o mês de outubro mostrou “um cenário favorável para o mercado de trabalho”, mesmo sem a geração significativa de novos postos de trabalho em relação a setembro. Ele argumenta que a formalidade continuou alta e, além disso, houve aumento no rendimento em todas as bases de comparação.


O número de ocupados com carteira assinada aumentou 0,8% na comparação com setembro e 6,7% em relação a outubro do ano passado. Segundo Azeredo, o mercado de trabalho “nunca esteve tão formal como está agora” desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002. Ele exemplifica que o percentual de ocupados com carteira assinada subiu para 41,5% em outubro deste ano, a maior fatia para os formais registrada desde o início da série. Em outubro do ano passado, por exemplo, o percentual de ocupados com carteira nas seis regiões era de 40,1%.


Azeredo atribui a elevação no número de ocupados com carteira assinada ao aumento do rendimento e contratações em setores mais formalizados, como a indústria. “Isso pode resultar de um cenário econômico mais favorável, que permite que as empresas estejam contratando com carteira”, disse.


Eleições


Segundo o gerente, com o fim das contratações temporárias para campanhas políticas no período de eleições, houve pequena redução no número de ocupados e também nos desocupados (que estão procurando emprego) e a população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego) cresceu 1,2% de setembro para outubro. O número de ocupados totalizou 20,66 milhões de pessoas em outubro, com queda de 0,2% (considerada estabilidade) ante o mês anterior. Por outro lado, o número de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) somou 2,24 milhões de pessoas, com queda de 2,1% ante setembro.


O número de trabalhadores no comércio cresceu 3,1% em outubro ante setembro, enquanto na indústria houve expansão de 1,2%. Azeredo avalia que esses incrementos são um sinal de que já há contratações no varejo para o Natal e também na indústria, para atender à demanda das encomendas do comércio.


Apesar da expansão da renda, Azeredo lembra que o rendimento ainda não chegou aos níveis de 2002, quando fechou o ano em R$ 1.075,30.

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