Mercado reduz projeções para juros e inflação

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A queda da inflação em agosto levou o mercado financeiro a reduzir a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2007 de 4,5% para 4,4%, conforme a pesquisa semanal Focus, realizada pelo Banco Central (BC) entre instituições financeiras e divulgada ontem. Foi a primeira vez, depois de 55 semanas consecutivas, que a previsão passou a ficar abaixo da meta oficial de 4,5%. Para este ano, a projeção do mercado caiu pela quarta semana consecutiva, recuando de 3,63% para 3,32%.

A queda da inflação em agosto levou o mercado financeiro a reduzir a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2007 de 4,5% para 4,4%, conforme a pesquisa semanal Focus, realizada pelo Banco Central (BC) entre instituições financeiras e divulgada ontem. Foi a primeira vez, depois de 55 semanas consecutivas, que a previsão passou a ficar abaixo da meta oficial de 4,5%. Para este ano, a projeção do mercado caiu pela quarta semana consecutiva, recuando de 3,63% para 3,32%. O movimento, na opinião de analistas, abre espaço para que o BC promova reduções mais significativas da taxa bássica de juros.


A economista Marcela Prada, da Consultoria Tendências, afirma, por exemplo, que a previsão de uma inflação mais baixa em 2007 tornará possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa básica, a Selic, em 0,5 ponto percentual em outubro. Nas últimas reuniões, o Copom vem indicando que seu foco principal, nesse momento, é a inflação de 2007, já que, para 2006, todas as indicações são de que o IPCA ficará tranqüilamente abaixo da meta.


“Com um cenário tão favorável, há espaço para um novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros”, disse Marcela Prada. Se isso ocorrer, a Selic passaria dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano. “Depois disso, poderemos ter uma queda adicional de 0,25 ponto percentual em novembro, com a Selic chegando ao final do ano em 13,5%”, projetou.

Expectativa para a Selic no final do ano recua a 13,75%

A pesquisa divulgada ontem já mostrou redução na expectativa do mercado quanto aos juros. A maioria das instituições, que na semana passava esperava que a Selic chegaria ao final do ano em 14%, reduziu a previsão para 13,75% ao ano. Nesse cenário, o Copom cortaria os juros em 0,25 ponto percentual nas reuniões de outubro e novembro.

De acordo com Marcela Prada, da Tendências, há possibilidade de novas revisões para baixo na previsão de inflação. “Nós já estamos trabalhando com uma previsão de 4,1% para 2007. Mas há no mercado quem espere um IPCA de 4% no próximo ano”, disse. De acordo com a pesquisa, a projeção das cinco instituições financeiras que mais acertam suas previsões já se encontra 4,3%.

Em relação a este ano, também há expectativa de nova queda. “Para nós, as projeções podem cair um pouco mais e ficar em 3,2%”, disse a economista da Tendências. O percentual poderá chegar aos 2,9%, segundo Marcela, se não houver reajuste dos preços da gasolina antes do final do ano. “Se persistir a tendência de queda dos preços do petróleo no mercado internacional, o cenário de inflação sem aumento da gasolina passará a ser mais provável”, disse.

Na visão de alguns analistas, a Petrobras teria hoje espaço até para promover uma redução dos preços da gasolina. “O preço interno pago por nós pela gasolina se encontra hoje mais alto que o existente fora do país”, disse um economista. Com a queda, a inflação cederia ainda mais e ajudaria a reduzir o tamanho da inércia a ser transferida para 2007.

As perspectivas para o crescimento econômico para este e o próximo ano, entretanto, continuaram moderadas, segundo a pesquisa. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB), pelas projeções de mercado contidas na pesquisa do BC, seria de 3,2% neste ano e de 3,50% em 2007. As previsões são as mesmas da semana passada.

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