O Sebrae/RJ lançou ontem, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), os Indicadores das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (IMPEs). Segundo o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sergio Malta, os dados que serão levantados a partir de agora serão importantes para desenvolver políticas para as pequenas e microempresas.
O Sebrae/RJ lançou ontem, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), os Indicadores das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (IMPEs). Segundo o diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sergio Malta, os dados que serão levantados a partir de agora serão importantes para desenvolver políticas para as pequenas e microempresas. Os primeiros dados apontam um setor em crescimento, animado com as novas ações do governo e agências de fomento.
Composto pelos Índice de Desempenho (Ides), Índice de Dinamismo (Idin) e o Índice de Confiança (Icon), a apuração dos dados será feita pela FGV, mensalmente, no caso dos Ides, e trimestralmente, para o Idin e Icon.
“As pequenas e microempresas respondem por 90% da criação dos novos empregos no Brasil e o Rio de Janeiro é o segundo maior estado da federação, com reconhecidas vocações para o setor de atuação dos pequenos negócios. Com estes dados, será possível ter uma visão mais ampla e melhorar a atuação das agências de fomento”, afirmou Malta, no lançamento ocorrido na sede do Sebrae/RJ.
O Ides acompanhará o desenvolvimento conjuntural das pequenas e microempresas, avaliando faturamento, pessoal empregado e massa salarial. Os Idin e o Icon visam a avaliar o uso de medidas para aumentar a competitividade, como investimentos em máquinas, instalações, equipamentos, inovação em produtos, capacitação de sócios, gestores e funcionários, e a expectativa dos empreendedores em relação ao seu negócio.
“A pesquisa será concluída por volta do dia 10 de cada mês, sempre com divulgação na segunda semana. Foram excluídas as empresas constituídas por profissionais que trabalham por conta própria, sem empregados ou que estejam na informalidade. Queremos também estimular a formalização das empresas. Sabe-se que para cada empresa formal existem duas informais”, esclareceu Malta.
O universo da pesquisa é formado pelas pequenas e microempresas formais empregadoras do Estado do Rio de Janeiro, nos setores da indústria, comércio e serviços, com um total de 136.697 estabelecimentos, tendo como base a pesquisa Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2004), do Ministério do Trabalho e Emprego. A determinação do porte das empresas segue a Lei Geral da Micro e Pequena Empresas, que aguarda sanção presidencial: microempresas faturam até R$ 240 mil ao ano; pequenas faturam até R$ 2,4 milhões anualmente.
A amostra é de 833 estabelecimentos no caso do Ides; e 410 empresas, nos casos do Idin e Icon. São entrevistados empresários de 178 tipos de atividades, em 73 municípios. “De acordo com os dados levantados pela FGV, podemos atestar que o nível de confiança da pesquisa é de 90%”, lembrou Malta.
Prévia
No lançamento, foram divulgados dados calculados no intervalo de julho a setembro, no caso do Ides. Já Idin e Icon foram calculados no terceiro trimestre. Neste intervalo, houve aumento do número de empresas em funcionamento no Estado do Rio, passando de 143.599 a 144.211. Foram criados 20.826 empregos, entre os meses de agosto e setembro, principalmente na região metropolitana, que corresponde a 75% do pessoal empregado nas pequenas e microempresas.
“Houve queda no faturamento entre agosto e setembro, mas, com a abertura de novas empresas, podemos perceber estabilidade. No interior, foi sentido decréscimo expressivo. Já temos parcerias com outras agências de fomento que privilegiam municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), principalmente nos municípios do norte e noroeste do Estado. A pesquisa será um elemento de reflexão para as próximas ações”, destacou Malta.
No terceiro trimestre de 2006, 18,1% das pequenas e microempresas desenvolveram ações para alavancar seu dinamismo, segundo o Idin. O item mais encontrado foi o investimento em desenvolvimento de produtos e processos, com 5%, e maquinário, equipe e instalações, com 4,6%.
O Icon, calculado com base nas perspectivas dos empresários em relação ao crescimento dos negócios para os próximos seis meses, alcançou média de 68 pontos numa escala de 0 a 100, demonstrando otimismo no setor. Quarenta e oito porcento dos empreendedores entrevistados apontaram como bom seu desempenho. Malta lembrou motivos de otimismo para pequenos empresários.
Lei Geral
“A recente aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa vai ajudar na desburocratização. No Estado do Rio, vivemos um ambiente favorável, com o aumento nos investimentos e com o anúncio na redução da alíquota do ICMS, feito pelo governador eleito Sérgio Cabral (para 4%, para empresas com faturamento maior que R$ 400 mil ao ano e isenção para quem fatura abaixo deste valor)”, concluiu Malta.
No mesmo dia, foi realizada a formatura da Primeira turma do Projeto Carnaval e Cidadania de Qualificação, Geração de Trabalho e Renda, promovido pelo Sebrae/RJ e pela Associação das Mulheres Empresárias do Brasil (Amebras), na Cidade do Samba, Zona portuária do Rio de Janeiro. A turma de 135 artesãos participou de oficinas de carnaval e recebeu orientação do Sebrae/RJ para o futuro desenvolvimento de projetos de cooperativismo ou abertura de pequenas empresas.
Participaram do lançamento dos IMPEs, além de Malta, Cézar Kirszenblatt, gerente de Estratégia e Diretriz do Sebrae/RJ, e Sérgio Gustavo da Costa, pesquisador da FGV, parceria do Sebrae/RJ na elaboração dos indicadores.