O Brasil viveu, nestes últimos tempos, uma das mais difíceis situações no quadro político, marcado pelos sucessivos escândalos de uma corrupção desenfreada, objeto de inúmeras CPI’S no Congresso Nacional.
Entretanto, apesar da crise política, foram poucos os efeitos sobre a situação econômica, que segue influenciada, principalmente, pela favorável conjuntura internacional. No mercado externo, os Estados Unidos dão mostra de que a economia vai continuar crescendo, apesar dos resultados negativos do duplo déficit orçamentário e cambial.
O Brasil viveu, nestes últimos tempos, uma das mais difíceis situações no quadro político, marcado pelos sucessivos escândalos de uma corrupção desenfreada, objeto de inúmeras CPI’S no Congresso Nacional.
Entretanto, apesar da crise política, foram poucos os efeitos sobre a situação econômica, que segue influenciada, principalmente, pela favorável conjuntura internacional. No mercado externo, os Estados Unidos dão mostra de que a economia vai continuar crescendo, apesar dos resultados negativos do duplo déficit orçamentário e cambial. Ainda não chegou a hora do reajuste fiscal que o mercado prevê para a economia americana; na Europa não há sinais de mudanças importantes e o clima é de estabilidade, em relação ao ano corrente e ao próximo; a China continua exuberante, tanto no crescimento interno do PIB, como no balanço de pagamentos, com recordes de exportações e de ingresso de investimentos estrangeiros diretos. O sistema off-shoring implantado na Zona Leste da China criou um novo centro de gravidade econômico, responsável pela recuperação da economia do Japão e da maioria dos países emergentes.
No contexto dessa conjuntura favorável, a campanha eleitoral, no Brasil, segue impressionantemente calma, sem maior interferência nas atividades econômicas. Observa-se que não há sinalização de mudança de rumo, nos pronunciamentos dos dois principais concorrentes à Presidência da República e isto, certamente, responde pela tranqüilidade corrente nos meios empresariais. As associações de classe dos empresários reivindicam reformas de base, que tanto constam da Agenda do PT/PMDB, como do PSDB/PFL.
A julgar pelas reações do mercado, a economia brasileira caminha para um crescimento em torno de 3,5%, neste e no próximo ano, com inflação controlada e balanço de pagamentos superavitário. A grande preocupação, que já vem de algum tempo, é em relação à divida pública interna, que dificilmente poderá continuar sendo “empurrada com a barriga”. É daí que poderão vir as surpresas mais desagradáveis.
Do ponto de vista político, as eleições deste ano vão servir para indicar o caminho adequado para uma reforma do sistema eleitoral, que consolide a democracia no País. É importante que o Congresso Nacional aprenda com a lição dos fatos. Há muita coisa no Brasil que precisa mudar. A começar pelo Sistema eleitoral.
Ernane Galvêas, ex-Ministro da Fazenda
Consultor Econômico da Confederação Nacional do Comércio