Seminário discute medidas para incentivar agronegócio

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Começa hoje o seminário “Desafios à Expansão da Agropecuária Brasileira”, que debaterá o futuro do agronegócio diante do cenário político, econômico e social (tanto em âmbito interno quanto no contexto internacional) para incentivar a produção e a exportação de bens agropecuários.

Começa hoje o seminário “Desafios à Expansão da Agropecuária Brasileira”, que debaterá o futuro do agronegócio diante do cenário político, econômico e social (tanto em âmbito interno quanto no contexto internacional) para incentivar a produção e a exportação de bens agropecuários. Entre os principais temas do evento estão os entraves ao aumento do comércio internacional de produtos agrícolas brasileiros, as restrições ambientais à expansão sustentável da agropecuária e os obstáculos à competitividade do setor.


Além disso, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, pediu que seja incluído debate sobre as condições de trabalho no campo, os direitos humanos e a busca de alternativas para a inclusão social dos trabalhadores rurais. A abertura do seminário está marcada para as 14 horas, no auditório Nereu Ramos. As atividades se encerram amanhã.


O seminário, proposto por Aldo, é organizado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; pelo Conselho de Altos Estudos e pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.


Competitividade


O presidente da Comissão de Agricultura, deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), afirma que a capacidade de competir, o porte e o dinamismo da agropecuária brasileira alçaram o Brasil à condição de potência agrícola mundial. Entretanto, ressalva, “o País tem sido confrontado com restrições e ameaças ao crescimento continuado de sua agricultura, tanto internamente quanto no ambiente internacional”.


Uma das medidas defendidas por Lupion para reduzir custos de produção e incentivar as exportações é a fabricação de produtos genéricos, da mesma forma que aconteceu no setor de medicamentos. A abertura do mercado para a importação de insumos de países do Mercosul, na opinião de Lupion, também ajudaria a incentivar a concorrência e a reduzir o preço dos produtos agroquímicos, que contribuem para elevar o custo final dos produtos. “Essas duas medidas criariam condições para incentivar o setor, pois contribuiriam para a redução dos custos e para o aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo”, explicou.


De acordo com o presidente do Conselho de Altos Estudos, deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE), “este é o momento ideal para aprofundar a discussão sobre os obstáculos ao processo de expansão da agropecuária brasileira”. O conselho pretende propor alternativas que estimulem a competitividade do setor.


Liderança


O Brasil mantém a liderança, há anos, na produção e na exportação de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Além disso, lidera o ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados de couro. Milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas e nozes, além de suínos e pescados, também são destaques no agronegócio brasileiro. Há ainda potencial para aumentar a produção de algodão e de biocombustíveis.

O País é o segundo maior produtor mundial de soja, sobretudo graças às regiões Centro-Oeste e Sul. As exportações chegam a 10 bilhões de dólares (R$ 21,6 bilhões). O Brasil também é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com uma área plantada de 5,4 milhões de hectares e uma safra anual de cerca de 354 milhões de toneladas. Em conseqüência disso, é, naturalmente, o mais importante produtor de açúcar e de álcool.


Pecuária


A pecuária registra crescimento expressivo. Na última década, a produção de carne bovina aumentou em 6,1% ao ano. Detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil tem mais de 83% das suas 183 milhões de cabeças em áreas livres da febre aftosa, uma doença altamente contagiosa e economicamente devastadora. O País também é considerado pelo Comitê Veterinário da União Européia como “área de risco desprezível” para a ocorrência do chamado mal da “vaca louca”, doença que atingiu a Europa e chegou recentemente ao continente americano.

Nos últimos anos, Brasil tem enfrentado barreiras à exportação de carne bovina pela União Européia – como embargos, imposição de cotas, barreiras sanitárias e sobretaxas. O objetivo dos europeus é facilitar a compra de carne dos seus próprios produtores, para conter o avanço do produto brasileiro. Entretanto, mais recentemente autoridades européias reconheceram que sem a carne do Brasil, o maior exportador do mundo, a população daquele continente seria afetada por uma crise de falta de abastecimento e teria de enfrentar aumentos de preços. A carne importada do Brasil garante cerca de 30% do total do produto consumido na Europa


CNC, 21 de novembro de 2006.




 

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