A Lojas Riachuelo, assim como sua concorrente C&A, mantêm operações na área financeira independentemente de parceiras e são exemplos das modalidades que a prestação desse serviço permite no mercado varejista. Depois de uma explosão de parcerias com financeiras e da criação de bancos pelas próprias empresas do setor nos últimos três anos, a entrega desse produto aos clientes do varejo tende à ampliação, seja por meio ainda de operação própria, de criação de empresa para o segmento ou, na maioria, de aliança com uma instituição financeira.
A Lojas Riachuelo, assim como sua concorrente C&A, mantêm operações na área financeira independentemente de parceiras e são exemplos das modalidades que a prestação desse serviço permite no mercado varejista. Depois de uma explosão de parcerias com financeiras e da criação de bancos pelas próprias empresas do setor nos últimos três anos, a entrega desse produto aos clientes do varejo tende à ampliação, seja por meio ainda de operação própria, de criação de empresa para o segmento ou, na maioria, de aliança com uma instituição financeira. Agora, a direção tomada é a oferta maior de seguros e a extensão do atendimento a redes regionais.
A oferta de seguros está em análise, por exemplo, no Submarino, que já possui crédito direto ao consumidor por meio do cartão Aura. A Lojas Renner pretende definir a tão esperada parceira na área ainda neste mês, após uma seleção que envolveu mais de 40 empresas, e oferecer o serviço em 2007. E a Casas Bahia dá ao Bradesco, com quem divide o financiamento oferecido pela rede, total liberdade para a instituição lançar o produto nas lojas.
O exemplo da Renner
Na semana passada, o desempenho desse segmento da Renner, inaugurado em abril deste ano, foi considerado positivo pela companhia. Os serviços na área totalizaram R$ 3,6 bilhões, o equivalente a 10% dos lucros antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) da rede no período. A expectativa da companhia é a de que a área possa ser ainda mais significativa nos próximos resultados. Atualmente, a rede oferece títulos de capitalização, por meio de acordo com o Icatu, e empréstimos e financiamentos de compra parcelada em oito vezes, com o Banco Safra. O formato de parcelamento também é oferecido pela Riachuelo, que prepara lançamento de banco para o segundo semestre de 2007.
A oferta de produtos financeiros pelo Submarino, que iniciou mais tardiamente o negócio, já obteve bons resultados. A companhia, que criou a subsidiária Submarino Finance em parceria com a Cetelem, já lançou, em meados de setembro, cartão próprio, que permite aquisições compras no valor de até três vezes o limite nas compras no site da empresa. A forma de pagamento também pode ser utilizada fora do Submarino. Até o início deste mês, a companhia emitiu 12,7 mil cartões e estima até 150 mil num prazo de 12 meses. O Submarino analisa ainda a oferta de empréstimo pessoal.
Os acordos para operações financeiras já estão também em atuações regionais, mercado que já está sendo explorado, mas guarda oportunidades. Fatores como as taxas de juros em níveis mais baixos fazem que as instituições tenham que ampliar a base de clientes e compensar em escala de atendimento. Esse ponto é destacado pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração.
Varejo de alimentos
Em outubro, a Losango fechou parceria com a DMA Distribuidora, dona das marcas Epa, Mart-Plus e Viabrasil e maior varejista de alimentos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo em número de lojas e faturamento. No mesmo mês, a financeira anunciou outras dez parceiras com redes de lojas de departamento, de móveis e eletrodomésticos em todas as regiões do país. Os acordos prevêem a emissão de cartões, que podem ser usados em compras nas lojas das redes parceiras, com financiamento da Losango, e para aquisição a crédito em toda a rede credenciada pela Visa.
O Bradesco foca também em parcerias regionais. Ainda neste ano, pretende anunciar cinco acordos. Um deles deverá ser conhecido nos próximos dias. Atualmente, possui parcerias, além da Casas Bahia, com rede Esplanada, Leader Magazine, G. Barbosa, rede Coop, Colombo, entre outros.
A parceira do Submarino, a francesa Cetelem, possui acordos com cerca de 70 varejistas, entre elas Fast Shop, Fnac e camisaria Colombo, e mostra a potencialidade do setor. A empresa administrada os cartões do também francês Carrefour. A operação brasileira é a quarta maior da financeira no mundo, atrás da francesa, italiana e espanhola. O supermercadista Carrefour, por sua vez, obteve, em setembro deste ano, autorização do Banco Central para operar em todo o Brasil. O Banco Carrefour prestará, inicialmente, serviços de financiamento e empréstimo pessoal.
Em 2005, a Lojas Americanas se associou ao Itaú, criando a financeira Taií, que foi aprovada pelo Banco Central em março deste ano. Opera desde maio com o cartão private label, que permite o parcelamento em até 15 parcelas fixas com juros. O uso desse meio já representa 3% das vendas da operação física da Americanas. Desde o final de julho, é aceito para financiamento de compras na Americanas.com. A financeira Taií possui 710 lojas, entre unidades próprias e quiosques da Americanas e também do parceiro Pão de Açúcar. A empresa deverá fechar este ano com 900 unidades.
Os pioneiros na área foram o Magazine Luiza e o Unibanco, que montaram o Luizacred, ainda em 2004. Em meados do ano passado, a rede varejista e a Cardif, braço segurador do francês BNP Paribas, abriram uma seguradora, a LuizaSeg, para a oferta seguros de garantia estendida para eletroeletrônicos, móveis e eletroportáteis. O Ponto Frio juntou-se também ao Unibanco.