Varejo dá sinais de melhora depois do fiasco com a Copa

Compartilhe:

Após um terceiro trimestre ruim, as varejistas de eletroeletrônicos esperam que o consumo volte ao normal neste quarto trimestre e que a safra de Natal seja, pelo menos, parecida com a de 2005. Além da Copa do Mundo, que acabou sendo um fiasco, outro fator atrapalhou o comércio a partir de junho: o esgotamento na capacidade de endividamento do consumidor.

Após um terceiro trimestre ruim, as varejistas de eletroeletrônicos esperam que o consumo volte ao normal neste quarto trimestre e que a safra de Natal seja, pelo menos, parecida com a de 2005. Além da Copa do Mundo, que acabou sendo um fiasco, outro fator atrapalhou o comércio a partir de junho: o esgotamento na capacidade de endividamento do consumidor.


Uma parcela considerável da renda dos assalariados e aposentados ficou comprometida com o crédito consignado, numa proporção que nem as indústrias ou as varejistas poderiam prever.

No entanto, como o 13º salário ficará livre dos financiamentos com desconto em folha, é esperado que o rendimento seja gasto nas lojas. Isso deve ajudar também o varejo de alimentos, que foi bastante prejudicado neste ano. Para pagar dívidas, as pessoas cortaram as despesas nos supermercados.




Com estoques acima do previsto, a Casas Bahia reduziu o ritmo de compras das indústrias nos últimos três meses. “Mas agora estamos voltando a comprar. As pessoas nem tinham pago a primeira prestação (dos televisores) quando o Brasil saiu da Copa”, diz Michael Klein, diretor financeiro da varejista.


Segundo ele, a “explosão” do crédito consignado repercutiu diretamente sobre o varejo neste ano. Mas esse efeito não foi apenas negativo já que as pessoas tomaram o empréstimo, cujas taxas podem ser muito mais baratas do que as cobradas pelos varejistas, para comprar bens duráveis. “As nossas vendas à vista cresceram. Há dois anos, elas representavam 5% do nosso faturamento. Agora, elas representam 10%”, disse Klein.


O empresário acredita que as vendas neste neste Natal poderão ser 10% maiores do que no ano passado em termos reais, ou em lojas comparáveis. A varejista montará mais uma vez a superloja sazonal no Anhembi, que faturou sozinha R$ 100 milhões nos seus 40 dias de funcionamento no fim de 2005. Até setembro, o crescimento nas vendas veio basicamente da expansão da rede, ou das novas lojas abertas, afirma Klein. Embora tenha fechado 12 lojas neste ano, a Casas Bahia também irá abrir 70 novas unidades. “Nas mesmas lojas, as vendas permanecem nos mesmos patamares de 2005”, afirma o empresário.


“É difícil traçar um cenário para o fim do ano ou para 2007”, diz Stephane Kaloudoff, diretor financeiro do Carrefour. O presidente da Fnac, Pierre Courty, concorda. “Não consigo ter uma visão segura do que vai acontecer.” A inadimplência, porém, não é o que preocupa a varejista. “Na Fnac, o índice é inferior a 1%”, afirma Courty, cujo público está concentrado na classe A, ao contrário da Casas Bahia.


Apesar da decepção com a Copa do Mundo, o executivo da Fnac acredita que ainda há uma grande demanda por televisores de LCD e plasma, que já representam 70% das vendas de TV, bem como por iPods. “Nossas vendas apresentam um crescimento de 20% neste ano”, diz Courty. A Fnac, que possui seis lojas no Brasil, irá abrir até o fim do ano uma megaloja no shopping Morumbi, em São Paulo.


As varejistas vão continuar usando o crédito como um forte arma para atrair consumidores neste Natal. O Carrefour começou a operar o seu próprio cartão no país e as metas são ambiciosas. Segundo Kaloudoff, a rede pretende ampliar em 15% a carteira de cartões nós próximos dois anos, saindo dos atuais 5,7 milhões para 7 milhões. O Carrefour fechou um acordo com a Visa, que passará a ser a bandeira dos seus cartões, permitindo, assim, que eles seja aceitos em outros estabelecimentos.


A Fnac, que é parceira da financeira francesa Cetelem, lançou um novo cartão com a bandeira da instituição, a Aura. O novo cartão traz mais benefícios para os clientes, como um sistema de pontuação.

Leia mais

Rolar para cima